segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Como entender a Bíblia


Como entender a Bíblia

O CONTEÚDO BÍBLICO
É bom começar tudo de novo. As coisas de Deus são sempre renovadas.
Esse curso chama-se Panorama Bíblico. Nele iremos examinar os assuntos principais, que a Bíblia trata, de Gênesis a Apocalipse.
Começaremos falando da Bíblia, seu autor, e de como entende-la.
A Bíblia, levou 1600 anos para ser escrita e não contém nenhuma contradição.
Os 66 livros que a compõem, foram escritos por 40 pessoas, das mais variadas culturas e em diferentes épocas, são harmônicos isto é , não se contradizem. É um livro de começo, meio e fim. A Bíblia desvenda a maior história de amor que o universo jamais presenciou.
A Bíblia é o único livro do mundo que revela a Pessoa do Deus vivo e verdadeiro, a obra salvadora do Senhor Jesus Cristo e o ministério do Espírito Santo.
Deus é claríssimo em Sua revelação, porém, a Bíblia NÃO foi escrita para satisfazer curiosidades, mas para ser estudada seriamente (Prov.2:1-6; Os.6:3)
PROVÉRBIOS 2
1 Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos,
2 para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento;
3 sim, se clamares por discernimento, e por entendimento alçares a tua voz;
4 se o buscares como a prata e o procurares como a tesouros escondidos;
5 então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.
6 Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento;
OSÉIAS 6; 3 Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra.
Somente a Bíblia pode revelar verdadeiramente quem é Deus, quem somos nós, porque o homem está separado de Deus e qual é o Caminho de volta; porque ela É a Palavra de Deus.
O que a Bíblia representa para voce?
Haverá uma profunda transformação em sua vida, porque ninguém se aproxima deste livro e permanece o mesmo!
A Bíblia não é um livro de religiões ou de uma religião. Ela é a revelação de Deus para o homem.
Voce já se perguntou: - o que é a verdade? - onde está a verdade?
A verdade sobre tudo que nos cerca e a nosso respeito, como : - quem sou eu? - o que faço neste planeta? - para onde vou?
Todas estas respostas estão na Bíblia, claras e diretas.
A Bíblia é o único livro do mundo que fala de Deus Criador, de Jesus Cristo, do Espírito Santo, do homem e de Satanás.
Mas não é "alguém" falando sobre estes personagens; é o próprio Deus Criador falando ( Is.46: 9,10 - 45: 21,22 ).
Isaias 46; 9 E todo o povo o saberá, Efraim e os moradores de Samária, os quais em soberba e altivez de coração dizem:
10 Os tijolos caíram, mas com cantaria tornaremos a edificar; cortaram-se os sicômoros, mas por cedros os substituiremos.
Isaias 45: 21 Anunciai e apresentai as razões: tomai conselho todos juntos. Quem mostrou isso desde a antigüidade? quem de há muito o anunciou? Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim.
22 Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.
Por causa da entrada do pecado no mundo, o homem perdeu o conhecimento de Deus, a capacidade de conhecer ou reconhecer a Deus, e vive como que num quarto escuro, às apalpadelas, tentando adivinhar como são as coisas ali, e quando ele esbarra em alguma coisa, como ele supõe (com a sua mente obscurecida) que aquilo seja - aquilo se torna verdade para ele!
Se Deus não se revelasse, jamais saberíamos quem é Ele e quem somos nós. Se alguém não sabe quem é Deus, não pode saber quem é, pois fomos criados à sua imagem e semelhança.
Então, quando começamos a descobrir o conteúdo bíblico - para nós que estávamos em total escuridão, começa a brilhar uma pequena luz como a de "uma candeia que brilha em lugar tenebroso até que o dia clareia e a estrela da alva nasça em nossos corações ( II Pe 1: 19) . É como a luz da aurora (depois de toda uma noite escura) que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4: 18)
O homem foi criado por Deus e por vontade própria se separou d'Ele, mas longe do Deus Criador dos céus e da terra, não há vida, mas somente morte!


O AUTOR DA BÍBLIA

A Bíblia, é Deus mostrando como voltar para Ele - e muito claramente, Ela revela que há sómente UM CAMINHO. ESTE CAMINHO É UMA PESSOA! Esta pessoa disse claramente: "EU SOU O CAMINHO, E A VERDADE E A VIDA - NINGUÉM VEM AO PAI SENÃO POR MIM!" Jesus Cristo - O Messias de Israel, a Cabeça da Igreja.
O fato de sermos religiosos, frequentadores de igrejas, não nos leva de volta a Deus. Sómente a nossa identificação pessoal com a morte e ressureição de Jesus Cristo é que nos leva de volta ao Deus verdadeiro.
Jesus Cristo nos é apresentado na Bíblia para O contemplarmos num "prazer teórico", mas é para a nossa necessidade, a necessidade de uma raça que perdeu o seu objetivo original e que caminha para o nada e para a morte! (Morte = separação de Deus)
II Tm 3: 16 "inspirada" - lit.: "hálito de Deus".
"Toda escritura, é inspirada por Deus, e proveitosa, para ensinar, para repreender, para corrigir, para a edificação na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra."
Vocês viram porque a Bíblia foi escrita? Mas olhem, prestem atenção no que leram.
Perfeito, vou ficar perfeitamente preparado para toda boa obra. Mas veja pelo que você vai passar antes:
Ensinar, é fácil você estudar mesmo?
Repreender e corrigir, é bom ser repreendido e corrigido?. Eu acho que aqui está o principal motivo, porque a Bíblia é tão impopular.
Sendo Deus a VERDADE, Ele só poderia exalar VERDADE.
Deus usou homens que Ele separou (este é o sentido da palavra "santo") para este propósito: II Pe. 1: 20,21.
Leia por ex. : Mc 12: 36; Hb. 3: 7; Hb. 10: 15,17.
Note que foram homens que escreveram, mas o texto diz que foi o Espírito Santo. Veja também Mt.5: 18 . Jesus não poderia declarar isso se a Bíblia não fosse totalmente a Palavra de Deus.
Deus está FORA do tempo. Ele criou o tempo para o homem e o dividiu em etapas nas quais vai Se revelando PROGRESSIVAMENTE.
Na eternidade passada (expressão não correta, mas necessária para o homem), Deus - o Pai, Deus - o Filho, Deus - o Espírito Santo ( nome completo de Deus), planejou, estabeleceu os padrões pelos quais ia Se revelar ao homem, e criou TUDO.
Deus sabia que os anjos e o homem iam pecar. DEUS NÃO FOI O RESPONSÁVEL PELO MAL EXISTENTE; ENTRETANTO, FOI O ARQUITETO DO PLANO QUE INCLUÍA O MAL, POIS ELE FEZ TODAS AS COISAS SEGUNDO O BENEPLÁCITO ( = consentimento) DE SUA VONTADE. (Ef. 1: 5,11)
Deus quer que Suas criaturas O sirvam por LIVRE ESCOLHA, por isso, Ele deu ao homem o livre arbítrio.
Sabendo que o homen ia pecar, Deus providenciou a salvação e uma das Pessoas da Tri-Unidade, Deus o Filho, ofereceu-se para executar esta salvação, isto é, para receber em Si a penalidade que é do homem. Por isso, Ele é o "Cordeiro conhecido ANTES da fundação do mundo, e morto DESDE a fundação do mundo": I Pe. 1: 19,20 ; Ap. 13: 8 .
Deus é progressivo em Sua revelação: Jo. 16: 12,13 . Ele não revelou tudo na Bíblia: Deut. 29:29, porque estamos limitados pelo pecado e não temos capacidade para entender tudo agora.

COMO ENTENDER A BÍBLIA

Literalmente! A Palavra de Deus deve ser entendida literalmente.
Dt.18: 20,22. Ela não foi escrita para satisfazer curiosidade, mas para ser lida, meditada e estudada com a direção do Espírito Santo.
Todas as profecias cumpridas foram cumpridas literalmente.
Ex.: I Re 20: 22,26 ; I Re 21:23 ; II Re 9: 30,36 .
Jesus em Sua primeira vinda cumpriu, entre outras, as seguintes profecias:
Is. 7:4 ; Mq 5,2 ; II Sm 7: 12,21 ; Is 53 ; Sl 22:16. Um simples plural é levado em consideração em Gl 3: 16.
A Bíblia usa FIGURAS E SÍMBOLOS, mas sómente a própria Bíblia tem autoridade para interpretá-los: I Co 2: 13. Por ex., a "serpente" do Éden (Gen. 3) é interpretada como sendo Satanás em Ap. 12: 9. Veja também Ap. 17:1 - v.15,18. Em Mt 13, Jesus explica as figuras usadas em Suas parábolas.
Mas é o Espírito Santo que nos faz compreender a Palavra de Deus.
l Co 2: 11,12. (Esta é a sabedoria de Deus: vv.6,7).
Temos que ter humildade e confessar francamente que nossas mentes limitadas pelo pecado, não podem compreender/entender em toda a profundidade, todas as áreas deste universo, os planos de Deus, e muito menos a Deus! A nossa mente está bloqueada, escravizada num tipo de raciocínio, que está ligado aos sentidos do corpo, e por isso as coisas ETERNAS nos parecem contraditórias, porque não conhecemos os princípios e as leis de Deus que regem o mundo do invisível (os olhos da matéria não conseguem enxergar isto).
Deus não revelou tudo: Dt 29:29, porque não conseguiríamos entender.
Veja: I Co 13:9,12, tudo será revelado quando estivermos fisicamente com o Senhor.
Espiritualizar a Bíblia é sair do sentido literal para um sentido alegórico. Um tipo de metáfora que exprime algo diferente do que diretamente anuncia, é a representação de um objeto para se dar a idéia de outro.
Por ex.: em Gn 3: 1,6, - onde está dito que a "árvore do conhecimento do bem e do mal" é uma macieira?
- onde está dito que o pecado original é o sexo?
Para facilitar o estudo da Palavra para o seu povo, Deus deu os dons de mestre e de ensino: Ef 4: 11; Rm 12: 7 ; mas também deixou avisos contra contra os FALSOS MESTRES: II Pe 2: 1,3.
A Bíblia é um livro de FÉ. Hb 11: 1,6.
Vamos ler juntos Gn 1:1.
"No princípio criou Deus o céu e a terra". Então, o que você leu aí?.
Que no princípio Deus criou o céu e a terra, você conhece a terra, você conhece o céu? Agora abram no último livro da Bíblia, Apocalipse. No penúltimo capítulo e vamos ler o verso 1.
"E vi um novo céu e uma nova terra, porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe".
Vocês repararam isso, que a Bíblia começa, com :"Criou Deus os céus e a terra", e ela termina, "vi novo céu e nova terra", porque os primeiros passaram.
Vimos o começo e estaremos juntos examinado o meio, porque o meio é onde nós estamos.
Bom você que está começando este curso, você vai ler Genesis, porque neste livro, estão descritos todos os inícios, todos os princípios. Você vai ler a Bíblia do jeito que ela está escrita. Mas como é que eu entendo? Literalmente, usando a frase da minha irmã, "A Bíblia quer dizer o que ela diz". Deus escreveu para esclarecer, Deus não escreveu para confundir.
Deus escreveu para esclarecer, mas existe algo de sobrenatural com a Bíblia. Ela é como um filme, sabemos que as fotos que tiramos, se encontram registradas nele, mas sòmente as veremos quando ele for revelado. Esta revelação do texto bíblico nos é feita pelo Espírito Santo de Deus, e é individual, isto é, o Espírito Santo nos revela a cada momento o que precisamos descobrir para nos edificarmos.
Sòmente a bíblia tem autoridade para explicar as figuras que usa.
Tudo na bíblia é literal. Os símbolos são símbolos de verdades literais. Porque quando você se afasta do sentido normal do que está escrito alí e fica assim: "O que será que quer dizer isto aí, deve ter alguma interpretação, deve ter isso, deve ter aquilo....".
Eu vou dar um exemplo típico. O mundo inteiro, que não lê a Bíblia diz, que uma árvore que se chama na Bíblia do conhecimento do bem e do mal, é uma macieira, e que o pecado original foi comer a maça, que se tornou símbolo de sexo, e sexo ilícito. Não é verdade? Estou falando uma mentira?
Quando nós formos estudarmos Genesis, vocês vão ver que não tem nada com isto. O que aconteceu?
Interpretaram, algo que não tinha que ser interpretado. Só porque não se conhece na experiência física, material uma árvore que chama do conhecimento do bem e do mal, e que não existe mais na face da Terra, porque já foi retirada. Vamos inventar.
Esse é um exemplo bem clássico, e que todo mundo conhece. Isso se chama, sair da literalidade.
Em Dt 18: 21 nos vamos ver Deus ensinando isto na palavra, que a Bíblia é literal, que é para ler tudo e entender como é que está escrito.
"E se disseres no teu coração, como conhecerei a palavra que o senhor não falou?"
Prestou atenção nesta pergunta? Quando Deuteronômio foi escrito por Moisés, ainda não existia a bíblia. Hoje é fácil, alguém fala alguma coisa que diz que Deus diz, que está na Bíblia. Você pega a Bíblia, vai numa chave bíblica, e fala: "Olha sinto muito, mas não tem aqui."
Naquele tempo Deus, falava através de profetas, E daí, como que vai saber se aquele homem, estava falando dele ou de Deus. Mas glória a Deus! as coisas de Deus são normais, porque ele está falando para pessoas normais, e até é engraçado, porque ele fala simplesmente isso:
Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, e não suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou.
Esse é o teste do profeta. Porque Deus dava nesse tempo diariamente orientação ao povo. É incrível. Quer ver, abra 1 Rs 20:22 .
"Então o profeta chegou-se ao rei de Israel e lhe disse: Vai fortalece-te, atenta bem para o que hás de fazer, porque decorrido um ano, o rei da Síria subirá contra ti."
Agora no v 26. "Passado um ano Beni Adad, arregimentou os filhos, e subiu a Apec para pelejar contra Israel."
Deus supervisionou, separou, inspirou, esses homens que a escreveram, não há erros nas escrituras, quando a Bíblia foi terminada de escrever, não havia erros. Nos originais, nada. O Espírito tem preservado a palavra.
Eu quero dar uma sugestão para você que nunca leu a Bíblia regularmente, anote e faça isto, leia um capítulo de provérbios a cada dia. Mas leia assim, leia e medite, você vai amar provérbios.
Pv 2:1 "Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos, para fazeres atentos à sabedoria o teu ouvido; E para enclinares o teu coração ao entendimento. Sim, se clamares por discernimento e por entendimento ao usares a tua voz. Se o buscares como a prata e os procurares como a tesouros escondidos, então entenderás o temor do senhor e acharás o conhecimento de Deus".
Da parte de Deus ele oferece o Espírito para que você ter esse entendimento. Da sua parte é você se colocar inteira, inclinando os ouvido, pondo o coração nessa busca e não medindo esforços para buscar.
Eu quero explicar outra coisa. Há muitas coisas na palavra, muitas coisas neste universo que estamos aqui observando, que não entendemos, e nem vamos entender. Preste atenção nisso que eu vou falar. O que Deus quer que entendamos, é o que é necessário entender agora, para ter este conhecimento, esta volta completa a ele. Porque, nem se ele quisesse revelar, nós entenderíamos.
A nossa mente está limitada. Este homem que nós vemos, não é como Deus originalmente o criou. Quando o pecado entrou na raça houve um bloqueio na alma. Há um processo de morte na nossa alma, que bloqueia o entendimento, e principalmente das coisas pessoais.
Este bloqueio será retirado totalmente, só quando estivermos com ele, face a face. Mas na medida em que você vem para ele, para Deus, através do conhecimento da palavra, esse bloqueio vai caindo, e muito. E tudo que está na Bíblia você vai entendendo, com clareza, com simplicidade. Você já percebeu isso, quem já está estudando a palavra a algum tempo? Não é incrível isto. Mas o que é isto? É o Espírito desbloqueando, trazendo a revelação de mais isso, de mais aquilo. Aquelas fotografias, saindo daquele filme que era escuro.
Mas há coisas que nunca serão reveladas aqui. Abra em Dt 29:29.
"As coisas encobertas, pertencem ao senhor nosso Deus." Se a Bíblia afirma isso, é porque existem coisas encobertas. Elas pertencem à Deus. Mas as reveladas nos pertencem, e aos nosso filhos para que sempre observemos todas as palavras desta lei.
Deus está querendo esconder alguma coisa? Não! Há coisas que você só lá, no novo corpo, com a nova mente, que nós vamos poder entender.
"Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Porque agora vemos como por espelho, em enigmas. Mas então, quando eu estiver lá, quando tudo estiver completo, veremos face a face. Agora conheça em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido (1Co 13: 9,12)".
Isso significa, que como Deus te conhece hoje. Deus te conhece inteiramente, você não está encoberto para ele. Mas você pode dizer que conhece Deus inteiramente?. Não. Em parte, que parte? A parte que ele já revelou, e da revelação a parte que você já se apropriou. O verdadeiro conhecimento bíblico, é um conhecimento prático. Não é porque você leu, leu, leu, e porque disse que sabe. Deus considera o que você sabe, só o que você pratica, o que já entrou na sua vida.
Tudo certo até agora? Então não queira, mexer e entender coisas que não foram reveladas. Mas as que foram reveladas, você toma posse, vive, porque é tua para você obedecer, e para você ter felicidade, como ser completo, humano. É isso que Deus quer, você estar em paz com você. E esta paz esta integridade de ser, só vem quando você conhece a palavra. Porque só conhecendo a palavra que você se conhece e conhece à Deus, aí vem o ajuste que precisamos agora.
A Bíblia é um livro de fé. Não adianta eu falar, explicar, mostrar, se o Espírito Santo não tem liberdade, para trazer a fé e você crer.
Vamos para a definição bíblica de fé.
"Ora a fé é o firme fundamento das coisas que te esperam. E a prova das coisas que não se vêem". Eu vou ler até na outra versão. "A fé é a certeza de coisas que te esperam, a convicção de fatos que se não vêem." Hb 11:1.
Isso aqui é uma parede, quantos tem fé que há uma parede aqui? Ninguém tem fé que existe uma parede aqui? Isso não é fé. Você está vendo a parede. E não é isso que esse versículo fala. O que que esse versículo fala? A convicção de coisas que se esperam. Você está lá na calçada esperando um carro. Aí o carro chega, para na tua frente, e você está parado alí, olhando para o carro, e alguém chega e pergunta: "você está esperando alguma coisa?" "Estou esperando um carro". Você não tá esperando mais, o carro chegou. Mas até o carro chegar você estava na fé que o carro vinha, você não estava vendo. Agora isso é transferido para as coisas espirituais.
É a certeza, de fatos que se esperam. É a convicção do que não se vê. Isto é fé.
Agora não se preocupe, porque nós não temos fé, o homem do jeito que está caído, não tem e nem fábrica fé.
Porque a fé é dom de Deus, (dom quer dizer dádiva, de graça). A única atitude que Deus espera de você, é aquela, incline seus ouvidos, se abra para Deus, e o resto é ele que faz. Mas agora veja em Hb 11:6.
"Ora, sem fé é impossível agradar à Deus. Porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus, creia que ele existe e que é galardoador dos que buscam".

Bíblias falsificadas



Bíblias falsificadas

Hélio e Valdenira Menezes, de João Pessoa (Paraíba), possuidores de excelente cultura bíblica, acabam de publicar um livro intitulado “Porque Continuamos com as Bíblias Tradicionais”, o qual pode ser encontrado no CPR desta cidade. O americano, Dr. Samuel Gipp, Th. D., escreveu “The Answer Book” (que acabamos de traduzir com o titulo ”O Livro das Respostas”), esclarecendo todas as dúvidas referentes a este assunto.
Nestes dois livros, escritos com muita erudição bíblica temperada de grande dose de humildade cristã, lemos que vários “eruditos” americanos, autodenominados “críticos textuais” da Bíblia, têm usado e abusado da santa, pura e inerrante Palavra de Deus, modificando o conteúdo da mesma em determinadas edições e lançando erros (milhares deles) nos textos bíblicos, o que tem levado o mundo à descrença, e à apostasia, transformando Jesus Cristo, o Supremo Criador do céu e da terra, num simples profeta em igualdade com Buda, Maomé e outros.
A Bíblia que me foi apresentada, quando me converti há 22 anos atrás, aliás a mais cotada entre os escritores evangélicos do Brasil, infelizmente, é uma das muitas que já foram adulteradas pelos editores brasileiros em parceria com os americanos. As piores de todas são a “A Bíblia na Linguagem de Hoje”, equivalente à “Today’s English Version” americana, que aparece com vários títulos, a fim de despistar suas malandragens. Outra perigosa, que está sendo lançada no Brasil, é a “Nova Versão Internacional”, conhecida como NVI.
Sérias, realmente, são apenas as duas versões em Português –”Almeida Corrigida Fiel” e “Almeida Revista e Corrigida”. Em Inglês a única realmente perfeita é a “King James Bible” (Bíblia do Rei Tiago), edição antiga, porque a “Nova King James” e a “Nova Scofield”, que se dizem embasadas na verdadeira King James, já contêm heresias gritantes. As modificações nas novas “bíblias” americanas (e brasileiras) chegam a 60.000, com a desculpa de serem mais fáceis de se ler...
Para saber se uma Bíblia é realmente séria, como as da época de Lutero e Calvino, e não está embasada nos textos antioquianos corrompidos pela filosofia alexandrina, e entregues como “Os Melhores Textos em Grego e Hebraico”, ou pelos textos alexandrinos embasados na obra do herege, Orígenes de Alexandria, e usados em todas as “bíblias” da Igreja de Roma, é muito fácil para quem realmente deseja conhecer a verdade, deixando de ser enganado, como eu fui, durante muitos anos. Façamos um teste:
Em Mateus 12:40 – Se a sua Bíblia disser “grande peixe” em lugar de “baleia”, taxando Jesus de analfabeto, quando chamou o “grande peixe” (ichtus) de Jonas 1:17, de “baleia” (ketos), está errado. Jesus conhecia mais biologia do que todos os cientistas do mundo e se Ele falou “baleia”, é porque se tratava mesmo de uma baleia. Todas as “bíblia”, a partir de 1929, têm colocado Jesus na berlinda...
Em Atos capítulo 8, a “NVI” e a “BLH” engoliram o verso 37, a fim de não permitir que o eunuco da rainha Candace testifique que “Jesus Cristo é o Filho de Deus”. Nas demais o verso foi conservado.
Algumas “bíblias” adulteram ou deletam a 1 João 5:7. Em vez de dizerem “...estes três são um”, juntam as três passagens - 6,7,8 – numa só, a fim de negar a Trindade, como por exemplo, a “Bíblia Viva”, a “BLH” e a “NVI”. Sempre que você pegar uma Bíblia em edição moderna, com versículos não separados em linhas distintas, fuja dela. Pela simples razão de que “por amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males", os editores têm permitido edições adulteradas e o povo de Deus está definhando espiritualmente e caindo na apostasia religiosa, que sempre tem sido o propósito dos Jesuítas, desde que adulteraram a primeira versão da Bíblia King James, no século 17. Depois vieram dois pastores anglicanos incrédulos – Westcott (1825-1903) e Hort (1828-1892), que já devem estar piando nas chamas do inferno, e deram um golpe letal na Palavra de Deus, com o lançamento de sua obra diabólica. Ainda bem que o Dr. Samuel C. Gipp tem um livro sobre os erros desses dois pastores anglicanos incrédulos, “An Understandable History of the Bible” (Uma Compreensível História da Bíblia). Westcott e Hort têm possibilitado a edição de muitas obras alexandrinas espúrias, como a NVI, a BLH, e outras. Vamos ficar de olho nessas edições!
Em Apocalipse 8:13, lemos: “Então vi e ouvi uma ÁGUIA, que voando pelo meio do céu”, quando deveria ser “UM ANJO”. O propósito deste verso é negar o nascimento virginal de Cristo.
Dei apenas 4 exemplos para não ultrapassar o espaço do jornal. Se alguém desejar realmente possuir uma Bíblia séria, em perfeita tradução da “King James Bible”, pode pedir ao C.P.R., Teresópolis, um exemplar da “Bíblia Sagrada - Almeida Corrigida Fiel. Ela é editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, Caixa Postal, 9485, CEP 01065-970, S. Paulo – SP. Se alguém quiser também a versão inglesa da King James, imaginamos que ela pode ser conseguida em qualquer boa livraria evangélica. Comprei as duas versões, visto como só possuía o Novo Testamento nas duas línguas, o qual me fora gentilmente presenteado pelo irmão RodineyTuhl, presidente dos Gideões, em Teresópolis, RJ.
Meus irmãos, o Evangelho de Jesus Cristo é coisa muito séria. Vamos estudar a Palavra de Deus com discernimento e humildade. Ela é a nossa lâmpada, o nosso espelho, o nosso guia, a nossa única e absoluta regra de fé e prática de vida. Sem ela somos analfabetos espirituais, sujeitos a toda essa movimentação ocultista, que está penetrando, “tremendamente”, em nossas igrejas. Vamos ficar menos tempo diante da TV e mais tempo diante do Livro Santo, lendo-o com amor e dedicação.
Precisamos trabalhar, enquanto é tempo. Jesus está voltando! Tudo que fizermos agora para arrebatar os incrédulos do fogo ainda será pouco, diante de nossa obrigação. Vamos à luta, minha gente!

Mary Schultze – Pesquisadora de Religião - (Telefax (021) 643-3904
E-mail maryschultze@uol.com.br

A formação do Cânon Bíblico


A formação do Cânon Bíblico

Qual é o significado da palavra cânon ?

Cana, regra, vara de medir. (Gl 6:16).

O que são livros canônicos ?

Livros canônicos são aqueles que se conformam com a regra ou padrão da inspiração e autoridade divinas.

Qual é o significado de apócrifo ?

Oculto, espúrio.

O que são livros apócrifos ?

São livros ou pedaços de livros de valor histórico ou literário, incluídos no cânon do VT da Septuaginta, porém não aceitos pelo cânon judaico.

A História do cânon do VT.

Os autores sagrados receberam suas revelações e/ou visões da parte de Deus e as comunicaram verbalmente, foram contudos orientados a registrarem de forma escrita aquelas mensagens para a posteridade. (Ex 17:14; 24:04,7 ; 34:27-28; Nm 33:02; Dt 3:22,24 ; Js 1:08; I Rs 4:1-3; I Cr 29:29; Is 30:08; Jr 30:02; 36:2-4; At 7:38.

O Cânon não é o produto de uma reunião conciliar, num determinado momento histórico, mais foi um gradual, reconhecimento de autoridade divina pelos judeus e então esta coleção de livros foi agrupada e fixada pela Igreja.

Quais princípios os hebreus usavam de guia para a determinação da canonicidade de um determinado livro ?

1- Tem autoridade divina ? É um assim diz o senhor ?
2- Foi escrito por um homem de Deus ? É autêntico ?
3- Tem poder para transformar vidas ?
4- Foi aceito pelo povo de Deus, lido e usado como regra de vida e fé ?
5- Tem o testemunho do próprio Deus ?

A cronologia de canonização das Escrituras hebraicas:

1) Os primeiros livros reconhecidos como sagrados são os que compõe a Lei, sendo eles os únicos livros que compõe o cânon Samaritano.
2) Os próximos livros a serem canonizados foram as profecias, que registradas, provaram ser divinas ao se cumprirem (Jr 36:06; Zc 1:4-6;7:7)
3) Na época do silêncio profético (após 400 anos AC), muitos livros históricos e poéticos circulavam entre os judeus. Alguns reconhecidamente sagrados, outros reconhecidamente espúrios e pouco duvidosos. A aceitação destes livros pelos judeus seguia alguns critérios.
· Está em conformidade doutrinária com a Lei ?
· É fiel historicamente ?
· Foi escrita até Malaquias ?

Outras considerações:

1) Por volta de 250 AC, na versão do VT hebraico para o grego foram incluídos alguns destes livros ainda postos em dúvida. Mais tarde no entanto, os judeus claramente os rejeitaram, porém os helênicos já os consagrara em seu cânon. Deste cânon “Septuaginta” proviria a Vulgata Latina de Jerônimo, e mais tarde a versão Católica.
2) Jerônimo, entre 385 a 405 AD, traduziu para o latim (Vulgata Latina) a versão da septuaginta que se tornou a versão Católica Romana. Na Reforma, Lutero foi ao hebraico e surpreendeu-se ao não encontrar os apócrifos, fazendo então uma nova versão para o alemão do cânon judeu.
3) Em 1546, no Concílio de Trento, como Contra-reforma, os católicos confirmaram o cânon da vulgata latina como sagrado.


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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

cristologia

C R I S T O L O G I A


I. O JESUS HISTÓRICO

1. CONCEITO DE “JESUS HISTÓRICO
No período compreendido entre 1774 a 1778, foi iniciada a procura do Jesus Histórico. Lessing publicou pós morte, as anotações de Hermann Samuel Reimarus. Esse estudioso questionava a tradicional forma de apresentar Jesus na Igreja e no Novo Testamento. Para ele Jesus nunca fizera uma reivindicação messiânica, nunca institui qualquer sacramento, nunca predisse a sua morte e nem ressuscitou dentre os mortos. Dizia que Jesus era um engodo. Essa atitude instigou a busca do Jesus “verdadeiro”. A metodologia racionalista foi a predominante como método de pesquisa dessa busca, peculiar a primeira parte do século XIX. A polêmica desses estudos foi um terreno fértil para nascerem obras pró e contra Jesus.
O interregno entre a Primeira e a Segunda Grande Guerra Mundial foi a ocasião em que a busca do Jesus histórico foi abandonada, em função da falta de interesse pela procura e pelas dúvidas quanto a sua possibilidade. Entretanto, três fatores foram fundamentais para essa desistência: primeiro - a obra de Albert Schweitzer que revelou a idéia de que o Jesus liberal nunca existiu, pois ele foi criado e baseado nos desejos de liberais, não em fatos verídicos; segundo - a partir da obra de William Wrede e dos críticos da forma, houve o reconhecimento de que os evangelhos não eram meramente biografias objetivas que facilmente poderiam ser pesquisadas à procura de informações historicistas; por fim - Martin Kähler influenciou os estudiosos a reconhecerem que o objeto da fé da igreja no decurso de todos os séculos nunca tinha sido o Jesus histórico do liberalismo teológico, mas o cristo da fé, ou seja, o Cristo sobrenatural proclamado nas Sagradas Letras.
Ernst käsemann, em 1953, reacendeu as chamas da busca do Jesus da história, propalando seu receio de que a lacuna entre o Jesus da história e o Cristo da fé era muito semelhante à heresia docética, que negava a humanidade do Filho de Deus. Como era de se esperar Käsemann decepcionou-se em seus intentos.
O avanço da ciência histórica não tem modificado a opinião universal a cerca do Senhor Jesus. Prova disso é que, desde o mundo antigo à contemporaneidade, encontramos mesmo que em forma diversificada a historicidade da pessoa bendita de Jesus de Nazaré.

2. A OBJEÇÃO DA IGREJA CRISTÃ AO CHAMADO “JESUS HISTÓRICO”
A igreja cristã ri do fascínio dos liberais pela busca do que eles chamam de “Jesus Histórico”. Isso se justifica pelo fato de que o Cristianismo é o que é, através da afirmação de que o homem Jesus de Nazaré, que foi chamado “o Cristo”, é de fato o Cristo, a saber, o Messias, o Ungido. Toda vez que é sustentada a asserção de que Jesus é o Cristo, ali existe a mensagem cristã; onde quer que essa asserção seja negada, é negada igualmente a mensagem cristã.
A religião cristã nasceu não quando nasceu o homem chamado “Jesus”, mas sim, no momento que um de seus seguidores foi levado a dizer-lhe: “Tu é o Cristo”. E o Cristianismo ficará vivo enquanto existirem pessoas que repitam essa afirmação. Isso porque o evento sobre o qual o Cristianismo se baseia apresenta dois lados: o fato que é chamado “Jesus de Nazaré” e a recepção deste fato por aqueles que O receberam como o Cristo. Interessante que no momento que os discípulos O aceitam como o Cristo é também o momento que Ele é rejeitado pelos poderes da história. Então, Aquele que é o Cristo deve morrer por haver aceito o título de “Cristo.
Jesus como o Cristo é tanto um fato histórico quanto um objeto de recepção pela fé. Não se pode afirmar, a verdade sobre o evento no qual se baseia o Cristianismo sem afirmar ambos esses lados. Se Jesus não tivesse impactado os seus discípulos com o fato de ser o Cristo, e eles tivessem crido, bem como através deles a todas as gerações posteriores, o homem que é chamado Jesus de Nazaré talvez fosse recordado apenas como uma pessoa histórica e religiosamente importante. Mas se ele foi crido e provou de fato ser o Cristo.
Nesse sentido, quem é o “Jesus Histórico”? Russel Norman Champlin responde tal questionamento em sua obra Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Para ele o Jesus histórico é igualmente o Jesus a quem adoramos,e servimos, É o Jesus teológico naturalmente, podemos ter algumas noções falsas a cerca d’Ele, mas há tal identificação de pessoa. Jesus é uma figura cósmica, dotada de importância universal. Não foi meramente um homem bom, um excelente mestre. Ele é também o Senhor da Glória, no sentido mais literal possível.
James Moffatt, em sua obra Jesus Christ The Same assevera:
“Nada é mais provável do que aquele que viveu à face da Terra, por alguns poucos anos, seja o mesmo Cristo, a quem seus seguidores adoram como Senhor; nenhum novo Jesus foi criado por algum movimento sincretista do primeiro século cristão. Há certa unidade no ministério insolúvel de sua pessoa, que é, não apenas real, mas também é, a causa real que subjaz às diversas interpretações de sua vida e de sua obra, e as experiências posteriores Igreja subentendem, repetida e continuadamente, que deve haver comunhão com ele, como algo mais profundo que qualquer modificação interna ou externa da fé”.

3. A PESQUISA EM BUSCA DO JESUS, HISTÓRICO E O FRACASSO DE TAL INVESTIGAÇÃO.
Paul Tilllych, em sua obra Teologia Sistemática expõe o insucesso da capturação do chamado “Jesus Histórico”. Pude dividir a opinião de Tillych em cinco pontos, a saber: foi falsa a idéia de a crítica histórica ter destruído a própria fé; esse fracasso foi motivado pela natureza das fontes de pesquisa; o Cristianismo se alicerça no testemunho a respeito do caráter messiânico de Jesus e não em uma novela histórica; os ensinos e as mensagens de Jesus não têm relação com a situação concreta na qual foram pronunciadas. Vejamos esses cinco aspectos do pensamento Tillychano.

3.1 A crítica histórica parecia haver destruído a própria fé.

Desde o momento em que foi aplicado o método científico de pesquisa histórica à literatura bíblica, problemas teológicos que nunca estiveram completamente ausentes ficaram de tal forma aumentados, como nunca o estiveram em períodos anteriores da história da igreja. O método histórico une elementos analítico-críticos e construtivo-conjeturais . Para a consciência cristã normal, moldada pela doutrina ortodoxa da inspiração verbal, o primeiro elemento impressionou muito mais do que o segundo. Só foi sentido o elemento negativo no termo “crítica”, e esse empreendimento todo foi chamado de “crítica histórica” ou “alta crítica”` ou, com referência a um método recente, “critica da forma”. Em si mesmo, o termo “crítica histórica” significa nada mais do que pesquisa histórica. Toda pesquisa histórica crítica suas fontes, separando aquilo que apresenta mais probabilidade daquilo que apresenta menos ou é totalmente improvável. Ninguém duvida da validez desse método, já que ele é confirmado continuamente por seu sucesso; e ninguém protesta com seriedade se ele destrói belas lendas e preconceitos profundamente enraizados. Mas a pesquisa bíblica se tornou suspeita desde seu próprio começo. Ela parecia criticar não só as fontes históricas, mas também a revelação contida nessas fontes. Pesquisa histórica e rejeição da autoridade bíblica foram consideradas idênticas. Revelação, supunha-se, abarcava não só o conteúdo revelatório, mas também a forma histórica na qual apareceu. Isso parecia ser verdade especialmente com relação aos fatos referentes ao “Jesus histórico”. Já que a revelação bíblica é essencialmente histórica, parecia impossível separar o conteúdo revelatório dos relatos históricos tais quais apresentados nos registros bíblicos. A crítica histórica parecia haver destruído a própria fé.
Mas a parte crítica da pesquisa histórica na literatura bíblica é a parte menos importante. Mais importante é a parte construtivo-conjetural, que foi a força motora em todo esse empreendimento. Os fatos que estão por três dos registros, foram buscados; especialmente se buscaram os fatos sobre Jesus. Havia um desejo urgente de descobrir a realidade desse homem, Jesus de Nazaré, por trás das tradições coloridas e ao mesmo tempo, camufladoras dessa realidade, que são tão antigas quanto ela própria. Desse modo, a pesquisa pelo assim chamado “Jesus histórico” teve início. Seus motivos eram ao mesmo tempo religiosos e científicos. Essa tentativa era corajosa, nobre e extremamente significativa em muitos aspectos. Suas conseqüências teológicas são inúmeras e bastante importantes. Mas, vista à luz de sua intenção básica, a tentativa da crítica histórica de encontrar a verdade empírica sobre Jesus de Nazaré foi um fracasso. O Jesus histórico, a saber, o Jesus que está por trás dos símbolos de sua recepção como o Cristo, não só não apareceram, quanto se distanciavam cada vez mais g medida que se dava um novo passo. A história das tentativas de se escrever uma “vida de Jesus”, elaborada por Albert Schweitzer em sua primeira obra, “A busca do Jesus Histórico” ainda é válida. Sua própria tentativa construtiva foi corrigida. Eruditos, tanto conservadores quanto radicais, se tornaram mais cautelosos, mas a situação metodológica não mudou. Isso se tornou manifesto quando o programa ousado de “desmitologização do Novo Testamento”, feito por Bultmann, levantou uma tempestade em todos os campos teológicos, e a lentidão com que a escola de Barth considerava o problema histórico foi seguida por um impressionante despertamento. Mas o resultado do questionamento novo (e muito antigo) não é uma imagem do assim chamado Jesus histórico, mas o “insight” de que não existe uma imagem por trás da imagem bíblica que pudesse se tornar cientificamente provável.

3.2 O fracasso foi motivado pela natureza das fontes de pesquisa

A situação exposta acima não é questão de um defeito passageiro da pesquisa histórica que um dia seja superado. Ela é causada pela própria natureza das fontes. Os registros sobre Jesus de Nazaré são os de Jesus como o Cristo, dados por pessoas que o receberam como o Cristo. Portanto, se tentamos encontrar o Jesus real que está por trás da imagem de Jesus como o Cristo, é necessário separar criticamente os elementos que pertencem ao lado factual do evento, daqueles elementos que pertencem ao lado receptivo. Ao fazer isso, esboça-se uma “Vida de Jesus”; muitos desses esboços foram elaborados. Em muitos deles atuaram juntos: honestidade científica, devoção amorosa e interesse teológico. Em outros são visíveis o distanciamento crítico e até mesmo a rejeição malévola. Mas nenhum pode reivindicar ser uma imagem provável, que seja o resultado de um labor científico tremendo dedicado à essa tarefa durante duzentos anos. No máximo, eles são resultados mais ou menos prováveis, incapazes seja de fornecer uma base para a aceitação da fé cristã, seja para rejeitá-la.
Tendo em vista essa situação, houve tentativas de reduzir a imagem do Jesus histórico aos seus traços “essenciais”; a elaborar uma Gestalt, ao mesmo tempo em que deixando abertos g dúvida seus traços particulares. Mas esse não é o processo correto. A pesquisa histórica não pode pintar uma imagem essencial depois de eliminar todos os traços particulares porque eles são questionáveis. Ela permanece dependente dos traços particulares.
Conseqüentemente, as imagens do Jesus histórico nas quais é amplamente evitada uma “Vida de Jesus” diferem tanto umas das outras, quanto aquelas nas quais não é aplicada tal auto-restrição.
A dependência da Gestalt na valoração dos traços particulares é evidente num exemplo tomado do complexo daquilo que Jesus ensinou sobre si mesmo. Para elaborar esse ponto, deve-se saber, além de muitas outras coisas, se ele aplicou o título “Filho do Homem” a si mesmo, e caso sim, em que sentido. Toda resposta dada a essa questão é uma hipótese mais ou menos provável, mas o caráter do quadro “essencial” do Jesus histórico depende decisivamente dessa hipótese. Esse exemplo mostra claramente a impossibilidade de substituir a tentativa de esboçar uma “Vida de Jesus” tentando pintar a “Gestalt de Jesus”
Esse exemplo mostra ao mesmo tempo outro ponto importante. Pessoas que não estão familiarizadas com o aspecto metodológico da pesquisa histórica temem suas conseqüências para a doutrina cristã e por isso gostam de atacar a pesquisa histórica em geral e a pesquisa na literatura bíblica em especial, acusando-as de preconceitos teológicos. Se elas forem consistentes, negarão que sua própria interpretação também é preconcebida ou, como elas diriam, dependente da verdade de sua fé. Mas elas negam que o método histórico tenha critérios científicos objetivos. Contudo, essa afirmação não pode ser sustentada em vista do imenso material histórico que foi descoberto e freqüentemente verificado de forma empírica por um método de pesquisa usado universalmente. E característico desse método que ele tenta manter uma auto-crítica permanente para libertar-se de preconceitos conscientes ou inconscientes. Isso nunca é plenamente bem sucedido, mas é uma arma poderosa e necessária para se obter conhecimento histórico.
Um dos exemplos aludidos freqüentemente neste contexto é o tratamento dos milagres do Novo Testamento. O método histórico não aborda as histórias de milagres nem com o pressuposto de que aconteceram porque foram atribuídos aquele que é chamado o Cristo, nem com o pressuposto de que eles não aconteceram porque esses eventos contradiriam as leis da natureza. O método histórico pergunta, quão fidedignos são os relatos em cada caso particular, quão dependentes são eles de fontes mais antigas, como poderiam ter sido influenciados pela credulidade de um período, como são bem confirmados por outras fontes independentes, em que estilo são escritos, e para que finalmente são usados no contexto todo. Todas essas questões podem ser respondidas de forma “objetiva” sem a interferência desnecessária de preconceitos positivos ou negativos. O historiador nunca pode conseguir uma certeza dessa forma, mas pode chegar a um alto grau de probabilidade. Contudo, seria um salto a outro nível se ele transformasse a probabilidade histórica em uma certeza histórica positiva ou negativa mediante um juízo de fé (como será mostrado mais adiante). Essa distinção clara freqüentemente é confundida pelo fato óbvio de que a compreensão do sentido de um texto é parcialmente dependente das categorias de compreensão usadas no encontro com textos e registros. Mas não é totalmente dependente delas, já que existem aspectos filológicos e outros que estão abertos à uma abordagem objetiva. Compreensão exige participação do sujeito naquilo que compreende, e só podemos participar em termos daquilo que somos, incluindo nossas próprias categorias de compreensão. Mas essa compreensão “existencial” nunca deveria perverter o juízo do historiador com respeito aos fatos e relações. A pessoa cuja preocupação última é o conteúdo da mensagem bíblica está na mesma posição que aquela cujo conteúdo t indiferente, se discutem questões como as do desenvolvimento da tradição sinótica, ou os elementos mitológicos e lendários do Novo Testamento. Ambas têm os mesmos critérios de probabilidade histórica e devem usá-los com o mesmo rigor, embora ao fazer isso possam afetar suas próprias convicções religiosas ou filosóficas. Nesse processo pode acontecer que preconceitos que fecham os olhos para fatos particulares abrem-nos para outros. Mas esse “abrir os olhos” é uma experiência pessoal que não pode ser convertida num princípio metodológico. Só existe um procedimento metodológico, e esse consiste em olhar o objeto a ser investigado e não nossa maneira de olhar o objeto, já que nossa atitude se acha realmente determinada por muitos fatores psicológicos, sociológicos e históricos. Esses aspectos devem ser desconsiderados intencionalmente por quem quer que aborde um fato objetivamente. Não se deve formular um juízo sobre a auto-consciência de Jesus a partir do fato de que se é um cristão - ou anti-cristão. O juízo deve ser inferido de um certo grau de plausibilidade, baseado em registros e em sua provável validez histórica. Isso, sem dúvida, pressupõe que o conteúdo da fé cristã seja dependente desse juízo.

3.3 O Cristianismo se baseia no testemunho a respeito do caráter messiânico de Jesus

A religião cristã se alicerça no testemunho a respeito do caráter messiânico de Jesus de Nazaré e não em uma novela histórica, eis aí o fracasso da caça pelo Jesus Histórico. A busca do Jesus histórico foi uma tentativa de descobrir um mínimo de fatos confiáveis sobre o homem Jesus de Nazaré, para se obter um fundamento seguro à fé cristã. Essa tentativa foi um fracasso. A pesquisa histórica forneceu probabilidades sobre Jesus, em grau maior ou menor. A base dessas probabilidades, ela esboçou “Vidas de Jesus”. Mas essas se pareciam mais a novelas do que a biografias; elas com certeza não poderiam fornecer uma base segura para a fé cristã. O cristianismo não se baseia na aceitação de uma novela histórica; ele se baseia no testemunho a respeito do caráter messiânico de Jesus por pessoas que não estavam absolutamente interessadas numa biografia do Messias.
A intuição dessa situação induziu alguns teólogos a desistirem de qualquer tentativa de construir uma “vida” ou uma Gestalt do Jesus histórico e restringir-se a uma interpretação das “palavras” de Jesus. A maior parte dessas palavras (embora não todas) não se referem a ele mesmo e podem ser separadas de qualquer contexto biográfico. Portanto, seu sentido é independente do fato de que possam ou não ter sido ditas por ele. Nessa base o problema biográfico insolúvel não guarda a menor relação com a verdade das palavras correta ou erradamente registradas como palavras de Jesus. O fato de que a maioria das palavras de Jesus tem um paralelo na literatura judaica contemporânea não é um argumento contra sua validez. Esse também não é um argumento contra sua unicidade e poder, tais como aparecem em coleções como o Sermão da Montanha, as parábolas e as discussões com inimigos, bem como com seus seguidores.

3.4 Os ensinos e as mensagens de Jesus Cristo

Uma teologia que tenta fazer das palavras de Jesus um fundamento histórico da fé cristã pode fazê-lo de duas maneiras. Pode tratar as palavras de Jesus como “ensinos de Jesus” ou como “mensagem de Jesus”. Como ensinos de Jesus, elas são entendidas como interpretações refinadas da lei natural ou como intuições originais da natureza do homem. Elas não tem relação com a situação concreta na qual foram pronunciadas. Como tal, pertencem à lei, profecia ou literatura sapiencial, da mesma maneira como no Antigo Testamento. Elas podem transcender todas essas três categorias em termos de profundidade e poder; mas não os transcendem em termos de caráter. Contudo, restringir a investigação histórica aos “ensinos de Jesus” é reduzir Jesus ao nível do Antigo Testamento e implicitamente negar sua reivindicação de superar o contexto vétero-testamentário .
A segunda forma pela qual a pesquisa histórica se restringe às palavras de Jesus C mais profunda que a primeira. Ele nega que as palavras de Jesus sejam regras gerais de comportamento humano, que elas sejam regras às quais a gente deva se sujeitar, ou que elas sejam universais e possam portanto ser abstraídas da situação na qual foram ditas. Em vez disso, enfatizam a mensagem de Jesus de que o Reino de Deus está “à mão” e que portanto aqueles que querem entrar nele devem se decidir a favor ou contra o Reino. Essas palavras de Jesus não são regras gerais, mas exigências concretas. Essa interpretação do Jesus histórico, sugerida especialmente por Rudolf Bultmann, identifica o sentido de Jesus com o sentido de sua mensagem. Ele exige uma decisão, a saber, a decisão por Deus. E essa decisão inclui a aceitação da Cruz, porque ele mesmo aceitou a sua. Aquilo que é historicamente impossível, a saber, o esboço de uma “vida” ou uma Gestalt de Jesus, é engenhosamente evitado usando aquilo que está imediatamente dado - a saber, sua mensagem sobre o Reino de Deus e suas condições e apegando-se cada vez mais ao “paradoxo da Cruz de Cristo” Mas até mesmo esse método de juízo histórico restrito não pode oferecer um fundamento à fé cristã. Ele não mostra como pode ser cumprida a exigência de decidir-se pelo Reino de Deus. A situação de ter que se decidir permanece sendo aquela sob a lei. Não transcende a situação do Antigo Testamento, a situação da busca por Cristo. Pode-se chamar a essa teologia de “liberalismo existencialista” em contraste com o “liberalismo legalista” do primeiro. Mas nenhum desses métodos responde à pergunta de onde reside o poder de obedecer aos ensinos de Jesus ou de decidir-se pelo Reino de Deus. Isso esses métodos não podem fazer porque a resposta deve vir de uma nova realidade que, de acordo com a mensagem cristã, é o Novo Ser em Jesus como o Cristo. A Cruz é o símbolo de um dom antes de ser o símbolo de uma exigência. Mas, se isso for aceito, é impossível retirar-se do ser de Cristo para refugiar-se em suas palavras. A via de acesso última da pesquisa e busca do Jesus histórico está barrada, e manifesta o fracasso da tentativa de apresentar um fundamento à fé cristã através da investigação histórica.

3.5 A confusão semântica em torno da expressão “Jesus Histórico”

Esse resultado teria sido reconhecido com mais facilidade se não fosse pela confusão semântica a respeito do sentido do termo “Jesus histórico”. Esse termo foi usado predominantemente para os resultados da pesquisa histórica referente ao caráter e vida da pessoa que está por trás dos registros do Evangelho. Como todo conhecimento histórico, nosso conhecimento dessa pessoa é fragmentário e hipotético. A investigação histórica sujeita esse conhecimento ao ceticismo metodológico e à mudança contínua que ocorre nos traços particulares, bem como nos essenciais. Ela tem como alvo ideal atingir um alto grau de probabilidade, mas em muitos casos isso é impossível.
O termo “Jesus histórico” também é usado para significar o evento “Jesus como Cristo” como um elemento factual. O termo nesse sentido levanta a questão da fé e não a questão da pesquisa histórica. Se o elemento factual no evento cristão fosse negado, seria negado também o fundamento do cristianismo. Ceticismo metodológico sobre o labor da pesquisa histórica não nega esse elemento. A fé não pode nem mesmo garantir o nome “Jesus” com respeito àquele que foi o Cristo. Ela deve deixar isso às incertezas de nosso conhecimento histórico. Mas a fé garante a transformação factual da realidade naquela vida pessoal que o Novo Testamento expressa em sua imagem de Jesus como o Cristo. Se não se distinguirem esses dois sentidos do termo “Jesus histórico”, não é possível haver nenhuma discussão honesta e frutífera.


II. A COMPLETA CRISTIFICAÇÃO DE JESUS


1. CONCEITO DE CRISTIFICAÇÃO

Christos em grego é “ungido”, de epichriô, “ungir, “untar”. A ilustração utilizada pelo Educador em Teologia Expedito Nogueira Marinho bem se adeqúa a essa etimologia: quando cai sobre uma folha de papel uma gota de azeite, esse papel ou qualquer outra substância porosa fica ungida ou permeada pelo óleo ao ponto de parecer ambos a mesma coisa, porque tanto o azeite está no papel como o papel está no azeite, de forma que ambos não podem serem vistos separadamente.
Por “cristificação”, entende-se o ato ou efeito de o homem Jesus de Nazaré (de fato, pessoa humana) ser permeado pelo “Cristo”. Para isso ocorrer Jesus teve que ser efetivamente homem. Entretanto, é preciso ponderar que apesar de Jesus ter nascido, crescido, trabalhado, sofrido como ser humano, não viveu como todo indivíduo. O nosso Senhor não era o tipo de homem como os outros homens. Essa análise deve ser feita para não se cair nos extremismos: uns elevam Jesus, a tal ponto de perder a sua humanidade como faziam os docéticos do passado; outros diminuem Jesus a tal ponto de confundi-lo com um mero ser humano qualquer.

2. SER FILHO DO HOMEM: REQUISITO PARA SER CRISTIFICADO
O primeiro requisito para Jesus de Nazaré ser cristificado foi o fato de ele não ser um homem do tipo que toda a raça humana é. Ele foi o único homem 100% humano, enquanto o restante dos seres humanos são apenas semi-humanos. Por isso mesmo, enquanto Se manifestou em carne aos homens, Ele preferia Se auto-entitular “O Filho do Homem”. Nosso Senhor não se denominou como filho ­de homem, mas sim Filho ­do homem, o que significa ser ele filho de uma geração 100% hominal. Ele foi gerado de modo diferente do restante da humanidade.
O título Filho do Homem freqüentemente é aplicado à pessoa de Cristo, lembra sua humanidade (Jo 1.14). Cerca de 79 vezes esta expressão ocorre somente no NT e com exclusividade, nos Evangelhos, e vinte e duas vezes no livro do Apocalipse. Em Ezequiel (por toda a extensão do livro), a frase é empregada por Deus 91 vezes. Segundo o Dr. Allmen, em seu Vocabulário Bíblico citado por Tasker a expressão “Filho do Homem” (Jo 3.13) havia se tornado uma figura messiânica mais corrente. Esse é o motivo porque um exame dos textos evangélicos permitem, quase sem possibilidade de erro, preferir que ao designar-se “Filho do homem” o Senhor Jesus escolheu esse título, evidentemente, menos comprometido pelo nacionalismo judaico e pelas esperanças bélicas. Havia também uma esperança judaica do “Homem dos últimos tempos”, conforme lemos em Rm 5.12-21; 1 Co 15.22, 45, 47; e 2. 5-11). R.V.G. Tasker Professor Emérito de Exegese do Novo Testamento na Universidade de Londres em sua obra Mateus - Introdução e Comentário defende a idéia de que Cristo apartou para si o título em foco porque o termo expressava melhor do que qualquer outro vocábulo os dois lados da sua natureza. Por um lado, chamava a atenção para as limitações e sofrimentos a que ele estava por necessidade sujeito durante a sua existência terrena; como homem real (sendo que o hebraico, “filho do homem: , equivale a “homem”) esteve abaixo dos anjos, conforme Hb 2.6,7. Por outro lado. Também sugeria a sua transcendência, que se veria em toda a sua glória quando os homens vissem o Filho do homem vindo para juízo nas nuvens do céu e reivindicando os seus direitos de propriedade sobre todos os reinos de acordo com o vaticínio do profeta Daniel (Dn 7.13,14).

3. JESUS DE NAZARÉ PÔDE SER CRISTIFICADO PORQUE TAMBÉM É O FILHO DE DEUS

Para os teólogos católicos Juan Mateos e Juan Barreto, na obra Vocabulário Teológico do Evangelho de São João, a terminologia “Filho do homem” indica a condição humana realizada nele com excelência, plenitude e unicidade que o constitui em modelo de homem, o vértice da humanidade. Em outro momento da obra, apesar de os autores recomendarem cautela ao interpretar essa expressão. Admitem que “Homem” acompanhado do artigo definido “o” no Evangelho segundo escreveu João, ou seja, “O homem” (o Filho do homem) aparece no texto joanino doze vezes: 1.51; 3.13,14; 6.27,53,62; 8.28; 9.35; 12.12,34; 13.31. A passagem mais destacável é Jo 6.27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo” (grifo nosso). Aqui o Filho do homem, distingui-se dos outros homens por estar marcado com o selo de Deus. Este selo é O Espírito, que recebeu em plenitude, conforme Jo 1.32,33.
Ora, a visão de João Batista que descreve a descida do Espírito Santo é a explicação em forma de narrativa da afirmação teológica de Jo 1.14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai”. A glória identifica-se com o Espírito e sua comunicação se realiza e caracteriza o projeto de Deus feito homem (vemos que em Jo 1.1c “um” Deus era o projeto. O filho do Homem significa pois nos lábios de Jesus, sua própria humanidade que possui a plenitude do espírito, o projeto divino sobre o homem realizado nele, o modelo de homem, o ‘vértice humano. É a realidade de Jesus vista desde baixo, desde sua raiz humanam, que se ergue até à absoluta realização pela comunicação do Espírito. O seu correlativo é o título “o Filho de Deus”, que significa a mesma realidade vista de cima, desde de Deus, designado o que é totalmente semelhante a ele e possui a condição divina.
Nessa linha de análise, a expressão “o Filho de Deus” designa Jesus como o que possui a plenitude do Espírito de Deus, denotando a relação particular e exclusiva que Jesus tem com o Pai. a expressão encontra-se pela primeira vez nos lábios de João Batista, expressando o efeito da descida do Espírito sobre Jesus, conforme Jo 1.32-34. A esta consagração com o Espírito o próprio Jesus associa a sua qualidade de Filho de Deus, consoante Jo 10.36. A condição de Filho de Deus, unidade à de Messias, constitui a profissão de fé da comunidade cristã. Logo, Jesus de Nazaré pôde ser cristificado porque também é o Filho de Deus.


III. O TIPO DE FECUNDAÇÃO QUE FORMOU O CORPO DO SENHOR JESUS CRISTO

Como já discorri anteriormente Jesus de Nazaré não se auto-entitulou como filho ­de homem, mas sim Filho ­do homem, o que denota ser ele filho de uma geração 100% hominal. Para se entender isso é preciso distinguir a forma comum com que a espécie humana é gerada e o modo sobrenatural pelo qual “o Verbo se fez carne”.

1. GERAÇÃO NATURAL - HUMANA, A NOSSA

Fecundação é o ato e o efeito pelo qual um ser humano é gerado - a penetração de um espermatozóide em um óvulo. Nesse sentido, fecundar é comunicar a (um germe) o princípio, a causa imediata do seu desenvolvimento; é conceber, gerar alguém. Poucas maravilhas da natureza podem ser comparadas ao mágico instante da concepção da vida humana. O encontro entre o óvulo e o espermatozóide e marcado na Trompa de Falópio. Lá o óvulo, em repouso, espera pacientemente a chegada de um espermatozóide para ser fecundado e posteriormente tornar-se um bebê.
O milagre da criação natural deve ocorrer dentro de 24 horas, caso contrário como declara a escritora Déborah Fonseca “tudo se resumirá a um rio de sangue”, com a chegada da menstruação. De outro lado, bem próximo, no momento do orgasmo masculino cerca de 400 milhões de espermatozóides são liberados e partem em ritmo alucinado para fazer cumprir sua missão de criar um novo ser humano,. Alguns podem levar horas até percorrerem os 18 centímetros entre a vagina e as trompas. Os mais afoitos, porém, conseguem chegar em questão de segundos. Há ainda outros, sem a mesma sorte, que acabam ficando pelo caminho presos nas cavidades do útero. Apenas um pequeno grupo vence todos os obstáculos e chega próximo ao óvulo. Sem hesitar um só instante, um dos espermatozóides se adianta aos outros e penetra o óvulo. Imediatamente, a composição química do óvulo se altera e impede a passagem de outros. É o fim desta incrível jornada e o início de uma nova vida. Glória ao Criador!
A forma pela qual a raça humana é fecundada é a hiloplasmática. O prefixo “hilo” vem do vocábulo “hily” que significa matéria; e “plasmática” origina-se de “plasmar” que quer dizer “formar”. Essa análise etimológica nos leva a concluir que um corpo “hilo-gerado” é um corpo gerado pela matéria. Entende-se por matéria nesse contexto substância física, ou com mais aprofundamento, pelo ponto de vista filosófico da expressão, o que dá realidade concreta a uma coisa individual, que é o objeto de intuição no espaço e dotado de uma massa mecânica. Como vimos acima a forma com que uma pessoa é gerada é um estupendo milagre. Mas, por mais maravilhoso ( e não deixa de ser um milagre) que seja nosso Senhor Jesus teve uma geração muito mais maravilhosa que essa, como veremos adiante.

2. GERAÇÃO SOBRENATURAL - DIVINA, A DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

Se a produção de um ser humano natural já é estupenda e miraculosa, muito mais nos deixa estupefatos a forma com que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. É o chamado milagre da regressão, que o Apóstolo Paulo bem descreveu de um modo até poético aos crentes em Filipos, quando expôs a profunda doutrina da necessidade de o cristão manter-se humildade em seu coração a semelhança de “Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. (Fp 2.5-8).
Como expus anteriormente a fecundação é o ato e o efeito pelo qual um ser humano é gerado - no caso natural ocorre com a penetração de um espermatozóide em um óvulo, comunicando-lhe a causa imediata do seu desenvolvimento. Mas o nosso Senhor Jesus não foi fecundado pelo modo hiloplasmático como comentei anteriormente. Sua geração foi bioplasmática. Analisemos a etimologia do termo “bioplasmática”. A palavra “bios” em grego é “vida” e relembrando o sufixo “plasmática” vem de “plasmar” que quer dizer “formar”. Significa dizer que um corpo “bioplasmático” é um corpo formado pela vida. Logo, Jesus foi gerado pela vida.
A geração bioplasmática por certo fora a maneira com qual Deus planejara a procriação da espécie humana a partir de Adão, entretanto, tal plano foi frustrado pelo fato de o primeiro homem não ser aprovado no teste de fidelidade aplicado pelo Senhor. O pecado interrompeu o projeto de procriação pela vida planejado pelo Criador. Em contra partida, Jeová pôde executar o seu plano de geração do ser através da encarnação do Verbo divino. O Filho de Deus não foi gerado pela matéria, por isso, pôde se auto-entitular de Filho do Homem. Jesus de Nazaré foi o maior homem que já pisou a face da Terra.
Talvez a idéia acima fique estranha ao leitor apressado da Bíblia que lendo o Santo Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu São Lucas vê a própria declaração de Jesus acerca de um profeta “... entre os nascidos de mulher, não há maior profeta do que João Batista” (Lc 7.28). Jesus sabia que Ele próprio era o maior ser humano da face da terra (o único 100% homem), mas também tinha consciência que não tinha provindo a carne de Maria e muito menos de José. Conforme vemos em Lucas 1.35: “Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus”. Falando de modo reverente, Gabriel diz que o Espírito Santo descerá sobre Maria e que o poder do Altíssimo a envolvera.
Alguns exegetas esclarecem essa passagem bíblica de modo peculiar. Leon Morris ensina que esta expressão delicada exclui idéias grosseiras de uma “união” entre o Espírito Santo com Maria. Gabriel deixa claro que a concepção de Maria será o resultado de uma atividade divina. Por causa disso, o filho a ser nascido seria “santo... o Filho de Deus”. A nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém esclarece que a expressão “o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” evoca, seja nuvem luminosa de Jeová, conforme Ex 13.22, 19.16, 24.16), seja as asas do pássaro que simbolizam o poder protetor (Sl 17.8; 57.2; 140.8) e criador (Gn 1.2) de Deus. Merril Tenney assevera que em contraste com as lendas pagãs da antigüidade relacionadas com reputada descendência de deuses homens, não houve nenhuma intervenção física. O Espírito Santo, por meio de uma ato criador no corpo de Maria, providenciou os meios físicos para a encarnação. O teólogo E. F. Kevan ensina que o Espírito Santo desceu sobre a virgem Maria em Sua capacidade como poder criativo de Deus, conforme Gn 1.2, a encarnação foi o começo de uma nova criação. O “poder do Altíssimo” cobriu-a livre de toda a mancha do pecado. Ainda que verdadeiramente da raça de Adão, Jesus no entanto nasceu como Cabeça, sem pecado, de uma nova raça. As palavras de Gabriel: “Será chamado Filho de Deus”, dão base à filiação divina do filho de Maria quando de Sua concepção pelo Espírito divino. Isso não implica, nem tão pouco exclui a sua preexistência. Seu resultado é visto na consciência da paternidade de Deus que Jesus possuía desde Seus anos primordiais. Portanto, o homem Jesus não fora gerado pela matéria, mas sim, pela vida. Não foi contaminado com o elemento pecaminoso que havia em Maria.
Por outro lado, os homens naturais são “gerados pela carne e pelo sangue”, por isso são mortais como todo animal, mas, o Senhor Jesus possuía em si a imortalidade. Prova disso foi o que Ele mesmo revelou acerca dessa verdade: “...dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (Jo 10.17,18). Somente tem legitimidade para falar dessa maneira quem possui em si a imortalidade. Isso corrobora a verdade de que Jesus foi gerado de um modo 100% humano e 0% animal, em função disso, ele intitula a si mesmo de “O filho do Homem”.












segunda-feira, 22 de outubro de 2007

SEMINARIO PARA OBREIRO






ESCOLA BÍBLICA DE OBREIROS.


o livro dos atos dos apóstolos
sumário.
Introdução.
i. a igreja em jerusalém
1. A comissão dos Apóstolos
2.A Fundação da Igreja de Jerusalém.
3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13)
4. A conversão de Saulo de Tarso.
5. A Chamada de Paulo
ii – as missões do apóstolo paulo
1. A Primeira Viagem Missionária
2. A segunda viagem missionária
3. A terceira viagem missionária
iii – as prisões do apóstolo paulo
1. O Resumo dos últimos capítulos de “Atos dos Apóstolos”
2. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23)
3. A Prisão de Paulo em Cesaréia (Atos 24, 25 e 26)
4. A prisão de Paulo em Roma
conclusão
bibliografia

o livro atos dos apóstolos
Introdução.
1. Título do livro:
O título do livro de “Atos dos Apóstolos” tal como o conhecemos não fazia parte do livro original mas, sim foi lhe dado depois do ano 200 da era cristã. O Evangelho de Lucas e Os Atos são dois volumes de uma só obra. Isso fica claro comparando Lc 1.1-4 com At 1.1-4.
2. Tema do livro:
O livro dos Atos contém a história do estabelecimento e desenvolvimento da igreja cristã, e da proclamação do evangelho ao mundo então conhecido na época (At 1.8).
3. Palavras chaves de Atos:
4. “Ascensão”, “descida” e “expansão”.
5. Escritor do livro:
A Pistas para descobrir o escritor:
Considerando a dedicatória do livro a Teófilo (At 1:1; comparemos com Lc 1:3), a referência a um tratado anterior (1:1), o seu estilo, o fato de o autor ter sido companheiro de Paulo, o que fica muito claro por estarem certas partes do livro escritas na primeira pessoa do plural (“nós”), e ter acompanhado Paulo à Roma (At 27:1; comparemos com Cl 4:14; Fm 24; 2 Tm 4:11), chegamos a conclusão que o livro de Atos foi escrito por Lucas. A impressão que se dá é que ele teria usado o diário de viagem como fonte de material.
B Quem foi Lucas?
Pouco se sabe dele. Seu nome é mencionado só três vezes no NT . Paulo chama-o de “médico amado”. O único escritor da Bíblia que não era judeu. A tradição e os estudiosos dizem que Lucas era homem de cultura e erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos. É possível que tivesse estudado medicina na Universidade de Atenas.
C Relação de Lucas com Paulo:
Ficou em Filipos até à volta de Paulo, seis ou sete anos depois, At 16:40 (“dirigiram-se”), quando tornou a se juntar a ele, 20:6 (“navegamos”) e com ele ficou até o fim, possivelmente até a morte de Paulo em Roma.
5. Para quem Atos foi escrito:
6. Foi escrito particularmente a Teófilo, um nobre cristão, mas de um modo geral a toda a igreja.
7. Propósitos do livro de Atos.
A Propósito Informativo/ Evangelístico:
Lucas queria informar ao excelentíssimo Teófilo sobre como o evangelho se propagou desde de Jerusalém a Roma. Teófilo já havia recebido alguma informação a respeito da fé cristã, e foi para lhe fornecer uma explicação mais precisa de sua fidedignidade que Lucas, em primeiro lugar, escreveu a história inicial do Cristianismo, começando do nascimento de João Batista e de Jesus, até o fim dos dois anos de prisão de Paulo em Roma (cerca de 61 aD.). Atos trata, principalmente dos atos de Pedro e de Paulo, mais deste último.
B Propósito Apologético:
O livro mostra principalmente como o evangelho se estendeu aos não judeus (os gentios). O A. T. é a história das relações de Deus, desde os tempos antigos, com a nação judaica, que tinha a função de, abençoar. as outras nações. É no livro de Atos que a família de Deus deixa de ser uma questão nacional e passa a ter um sentido universal (intenção divina em At 2:7-11). Assim, o escritor defende veementemente que o Cristianismo não é um ramo herético do judaísmo, mas antes, uma elevação e melhoria do judaísmo, com raízes profundas no mesmo, mas retendo apenas os elementos nobres e úteis, ficando rejeitados todos os seus males, especialmente a apostasia para a qual havia decaído, como também o seu escopo provincial.
C Propósito Político:
Mostrar aos líderes romanos que o cristianismo não deveria ser temido e perseguido, como ameaça ou movimento traiçoeiro ao estado romano; pelo contrário, que era digno da proteção romana, com permissão de funcionar livremente, tal como o judaísmo havia obtido de seus conquistadores militares. Por este motivo é que o livro de Atos apresenta os oficiais romanos como ordinariamente favoráveis aos movimentos dos missionários cristãos. Embora Lucas houvesse escrito após Paulo haver sido martirizado, e a perseguição de Roma contra os cristãos já houvesse começado, ele não ignora e nem põe em perigo o seu propósito apologético encerrando o seu livro numa atitude negativa, a saber, narrando a execução do maior advogado do cristianismo às mãos das autoridades romanas. (Ver Atos 18:12-17, onde se expõe a idéia da proteção do cristianismo, pelas autoridades romanas, tal como o judaísmo já vinha sendo protegido pelas leis do império). Lucas, portanto, quis mostrar que os levantes e as perturbações de ordem pública que seguiam na cauda do movimento dos missionários cristãos resultavam das perseguições efetuadas pelos judeus, e não de qualquer espírito malicioso dos próprios cristãos. Lucas endereçou a sua dupla obra (Lucas-Atos) a um oficial romano, de nome Teófilo. Por conseguinte, dirigiu seu trabalho à aristocracia romana, esperando que se os argumentos ali contidos fossem recebidos e digeridos, o novel movimento cristão viesse a ser protegido, e não perseguido. Todavia, o seu grande alvo, do ponto de vista humano, fracassou, porque sobrevieram severas e prolongadas perseguições, desde muito tempo antes o evangelho de Lucas e do livro de Atos terem sido escritos e postos em circulação.
D Propósito Jurídico:
Alguns estudiosos supõem que um objetivo do Médico amado seria o de usar o relato de Atos dos Apóstolos para ser lido como sumário de argumento para a defesa, no julgamento de seu amigo, o Apóstolo Paulo.
. a igreja em jerusalém
1. A comissão dos Apóstolos
Entende-se por comissão o ato de cometer; encarregar; também significa encargo, incumbência. Os missiólogos chamam a missão dada por Jesus aos seus primeiros discípulos de “Grande Comissão”. Ele ordenou aos onze homens, com os quais mais dividira seu ministério terreno, que fossem ao mundo inteiro e fizessem discípulos em todas as nações, Ele lhes disse que ensinassem a esses novos discípulos tudo que haviam aprendido d’Ele (Mateus 28:18-20). Mais tarde, o apóstolo Paulo deu as mesmas instruções a Timóteo: "E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros" (2 Timóteo 2:2). Mas, somente em nossas próprias forças não poderemos cumprir nossa comissão. Por isso, o Senhor nos deu uma capacitação, além da natural: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis. testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.
Mas podemos questionar: Qual o coração da Grande Comissão? Infelizmente, não aparece na Versão Corrigida, que traduz assim o começo do versículo 19: “Portanto, ide e ensinai”. Na Atualizada, podemos descobrir o coração da Grande Comissão, identificando os imperativos (tempos verbais que expressam ordem, determinação) nela: “Ide” e “fazei discípulos”. Assim como nas traduções inglesas e espanholas, a Versão Atualizada em português traz dois imperativos. Mas não é assim na linguagem original. No grego, matheteusate ou “fazei discípulos” é o único imperativo nesse texto. Os outros três verbos nos versículos 19 e 20 são gerúndios, ou seja, traduzindo literalmente, teríamos, por exemplo, indo, em lugar de ide. Os três gerúndios - “indo”, “batizando” e “ensinando” - são as três funções indispensáveis de como fazer discípulos. Assim, uma vez que esses versículos não são a Grande Sugestão, mas, sim, a Grande Comissão, o discipulado é imprescindível na vida da igreja e na vida de cada cristão. Para David Kornfield, hoje, infelizmente, a Grande Comissão muitas vezes passa a ser a Grande Omissão. E teremos de prestar contas a Jesus a esse respeito.
Essa Comissão de Mateus 28.18-20 e paralelamente em Atos 1:8 é grande por, pelo menos, por cinco razões:
a) É Grande em sua Autoridade.
b) Das dezenas ou centenas de mandamentos de Jesus, este é o único em que Jesus se veste de toda a autoridade do Universo. Ele se coloca como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Na época bíblica, um súdito que ignorasse ou negligenciasse um mandato declarado com toda a autoridade real arriscava a própria vida. É com essa autoridade que fazemos a obra do Senhor (At 1:8).
c) É Grande em seu Efeito Multiplicador.
d) É assim que o reino de Deus pode explodir! Até então, havia só um discipulador multiplicando-se em outros - Jesus Cristo. Agora vem a Comissão para começar um movimento multiplicador, contra o qual nem as portas do inferno prevalecerão. Pouco depois, os discipuladores não eram só 11, mas 120. Um pouco mais depois não eram só 120, mas milhares. De pouco em pouco!
c) É Grande por sua Extensão Geográfica.
Estende-se a todas as nações. Várias vezes o próprio Jesus limitou seu ministério e ordenou que os apóstolos também limitassem seus ministérios aos judeus. Aqui, ele abre o leque e abraça todo o mundo. na Comissão de fazer discípulos em todas as nações, encontramos o coração de missões mundiais. Deus não admitiu que Sua igreja entrasse em um ostracismo, vivendo só para si, e encapsulada em um único ponto geográfico. Ele quer, na verdade, que Seu povo se expanda territorialmente e anuncie o evangelho a toda criatura, tanto é que esse foi o objetivo da perseguição de Atos 8: 1-4. A ordem que aparece em Atos 1:8 não é cronológica, ou seja, Cristo não falou para evangelizar primeiro Jerusalém, segundo Judéia, terceiro Samaria e por último os confins da Terra. Essa interpretação é errada, perigosa, e fora da vontade do Senhor. O próprio texto de Atos 1:8 deixa claro que Jesus determinou que a obra da Sua igreja na Terra deveria ser desenvolvida simultaneamente nas três dimensões que Ele deseja que o Evangelho seja pregado. Isso fica claro nas expressões: “tanto em”; “como em”; e “até os”.
d) É Grande por sua Extensão a todos os aspectos da vida.
Jesus nos chama a ensinar outros a guardarem tudo o que Ele ensinou. Esse mandato inclui toda a humanidade e, mais do que isso, implica não apenas o ensino, mas a prática desses mandamentos. No discipulado, o ensino sempre tem por fim a prática. Ou seja, o ensino que não leva à pratica não é discipulado.
e) É Grande por sua Extensão no Tempo.
f) Estende-se até a consumação do século, até a volta de Cristo. Cada pastor e igreja que se envolve no discipulado conforme o exemplo de Jesus constrói os alicerces para um movimento que fluirá de sua igreja a todas as nações, até a consumação dos séculos.
2. A Fundação da Igreja de Jerusalém:
a) Na festa de Pentecostes, em 30 ou 33 d.C, deu-se o aniversário da Igreja. 50 dias depois da crucifixão de Jesus. 10 dias após sua Ascensão. Pensa-se que esse Pentecostes caiu no primeiro dia da semana. A festa de Pentecostes era também chamada festa das Primícias da colheita eram por essa ocasião apresentadas a Deus. Outrossim, comemorava a promulgação da Lei no Sinai. Apropriava-se, pois, para ser o dia da promulgação do Evangelho e da recepção das primícias da colheita mundial do mesmo Evangelho. Jesus, em Jo 16:17-24, tinha falado da inauguração da época do Espírito Santo. E agora, está sendo de fato inaugurada, numa poderosa manifestação milagrosa do Espírito Santo, com o som como de um vento impetuoso, e com línguas como de fogo pousando sobre cada um dos Apóstolos, esta feita para representantes do mundo inteiro, a judeus e a prosélitos ao judaísmo reunidos em Jerusalém para celebrar o Pentecostes, vindo de todas as terras do mundo que então se conheciam (mencionando-se 15 nações, 2:9-11) – e os Apóstolos da Galiléia falavam para eles nas suas próprias línguas.
b) O Sermão de Pedro (2:14-16). O espetáculo espantoso de Apóstolos falando, sob a influência das línguas de fogo, nas línguas de todas as nações ali representadas. Isto, segundo a explicação de Pedro, vv. 15-21, era o cumprimento da Profecia registrada em Jl 2:28-32. Pode ser o que aconteceu naquele dia não foi o cumprimento total e final daquela profecia, e que aquilo seria o começo apenas, de uma era grandiosa e notável que foi iniciada; a profecia pode se aplicada também, ao fim desta era.
c) O Cumprimento das Profecias. Nota-se as declarações repetidas que o que acontecia já tinha sido predito: A traição de Judas, 1:16-20; a Crucifixão, 3:18; a Ressurreição, 2:25-28; a Ascensão de Jesus, 2:33-35; a vinda do Espírito Santo, 2:17. "Todos os profetas", 3:18-24.
3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13)
O rei Davi planejou a edificação do templo e reuniu os materiais necessários. Mas foi Salomão, seu sucessor, quem o erigiu (1 Cr 29: 1,2). Jesus igualmente planejou a Igreja durante seu ministério terreno (Mt 16:18; 18:17). Preparou os materiais humanos, porém deixou ao seu sucessor e representante, o Espírito Santo, o trabalho de erigi-la. Foi no dia de Pentecoste que esse templo espiritual foi construído e cheio da glória do Senhor (cf. Êx 40:34,35; 1 Rs 8:10,11; Ef 2:20). O dia de Pentecoste era a inauguração da Igreja, e o cenáculo, o local dessa comemoração.
a) O Dia de Pentecostes
"E, cumprindo-se o dia de Pentecostes…" O nome "Pentecoste" (derivado da palavra grega "cinqüenta") era dado a uma festa religiosa do Antigo Testamento. A festa era assim denominada por ser realizada 50 dias após a Páscoa (ver Lv 23:15-21). Observe sua posição no calendário das festas. Em primeiro lugar festejava-se a Páscoa. Nela se comemorava a libertação de Israel no Egito. Celebravam a noite em que o anjo da morte alcançou os primogênitos egípcios, enquanto o povo de Deus comia o cordeiro em casas marcadas com sangue. Esta festa tipifica a morte de Cristo, o Cordeiro de Deus, cujo sangue nos protege do juízo divino. No sábado, após a noite de Páscoa, os sacerdotes colhiam o molho da cevada, previamente selecionado. Eram as primícias da colheita, que deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o restante da colheita podia ser ceifado. A festa tipifica Cristo, "as primícias dos que dormem" (1 Co 15:20). O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para subir ao Pai e nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos nele crêem seguí-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna.
Quarenta e nove dias eram contados após o oferecimento do molho movido diante do Senhor. E no qüinquagésimo dia – o Pentecoste – eram movidos diante de Deus dos pães. Os primeiros feitos da ceifa de trigo. Não se podia preparar e comer nenhum pão antes de oferecer os dois primeiros a Deus. Isto mostrava que se aceitava sua soberania sobre O mundo. Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O significado típico é que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da igreja cristã, oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito santo, 50 dias após a ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas estabelecidas durante os últimos 19 séculos.
O Pentecoste foi a evidência da glorificação de Cristo. Para Myer Pearlman, a descida do Espírito era como um "telegrama" sobrenatural, informando a chegada de Cristo à mão direita de Deus. Também testemunhava que o sacrifício de Cristo fora aceito no Céu. Havia chegado a hora de proclamar sua obra consumada. O Pentecoste era a habilitação do Espírito no meio da Igreja. Após a organização de Israel, no Sinai, o Senhor veio morar no seu meio, sendo sua presença localizada no Tabernáculo. No dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio habitar na Igreja, a fim de administrar, dali, os assuntos de Cristo.
b) O Falar em Línguas
Apareceu em seguida a realidade da qual o vento é símbolo: "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem". O que produz esta manifestação? O impacto do Espírito de Deus sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a pessoa fica extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de estarem completamente controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo. Quando a pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentaram que a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não existe, no entanto, limites à continuidade dessa manifestação no Novo Testamento.
Mesmo no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do Cristianismo, escreveu: "Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a imposição das mãos. Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas línguas". Ireneu (115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: "Temos em nossas igrejas muitos irmãos que possuem dons espirituais e que, por meio do Espírito, falam toda sorte de línguas".
A Enciclopédia Britânica declara que a glossalália (o falar em línguas) "ocorreu em reavivamentos cristãos durante todas as eras: por exemplo, entre os frades mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os primeiros quaquers, entre os convertidos de Wesley e Whitefield, entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e entre os irvingistas". Podemos multiplicar as referências, demonstrando que o falar em línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: O falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co 14.2).
4. A conversão de Saulo de Tarso
Conquanto a tivesse precedido um longo período de "incubação" inconsciente, sem dúvida alguma a conversão de Paulo foi repentina. Ele não conseguira banir da mente o rosto do mártir moribundo – "como se fosse rosto de anjo". Nem podia ele esquecer-se da última oração pungente de Estevão: "Senhor, não lhes imputes este pecado" (Atos 7:6).
O Espírito Santo, sempre ativo, havia preparado o palco, no decorrer dos anos, para este grandioso confronto e capitulação. O raio luminoso cegante encontrou uma vasta quantidade de material inflamável no coração do jovem perseguidor. O milagre aconteceu em pleno meio-dia. Paulo viu a Jesus em toda a sua glória e majestade messiânicas. Não se tratava de mera visão, pois ele classifica o fato como a última aparição do Salvador a seus discípulos, e o coloca no mesmo nível de suas aparições aos outros apóstolos. Sua declaração é clara e inequívoca.
E apareceu a Cefas, e, depois, aos doze. Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora, porém alguns já dormem. Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos os apóstolos, e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo (I Coríntios 15:5-8).
Não foi um êxtase, mas uma aparição real e objetiva do Cristo ressurreto e exaltado, vestido de sua humanidade glorificada. Paulo convenceu-se de imediato de que Cristo não era um impostor. Quão diferente foi a entrada em Damasco daquela que o inquisidor havia imaginado! "E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia… mas, levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer… Então se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco" (Atos 9:4-8). Paulo entrou cativo em Damasco, acorrentado à roda da carruagem de seu Senhor vencedor. Fora tudo estava escuro, mas dentro tudo era luz.
A rendição de Paulo ao Senhorio de Cristo foi imediata e absoluta. Desde o momento em que ele reconheceu que Jesus não era um impostor, mas o Messias dos judeus, ele ficou sabendo que só poderia haver uma resposta. Toda a história se resume nas suas duas primeiras perguntas: "Quem és tu, Senhor?" "Que farei, Senhor?" (Atos 22:8,10). A verdadeira conversão sempre resulta em rendição à vontade de Deus, pois a fé salvadora implica obediência (Romanos 1:5).
Quão surpreendente foi a estratégia vitoriosa de Deus! C.E. Macartney escreve: "O mais amargo inimigo tornou-se o maior amigo. A mão que escrevia a acusação dos discípulos de Cristo, levando-os à presença dos magistrados e para a prisão, agora escrevia epístolas do amor redentor de Deus. O coração que bateu de júbilo quando Estêvão caiu sobre as pedras sangrentas, agora se regozijava em açoites e apedrejamentos por amor de Cristo. Do outrora inimigo, perseguidor, blasfemador proveio a maior parte do Novo Testamento, as mais nobres declarações de teologia, os mais doces poemas de amor cristão" (J.O. Sanders, p.28).
6. A Chamada de Paulo
O chamado de Deus veio a Paulo de forma tão clara e específica que não lhe foi possível confundi-lo, enquanto jazia deitado no chão cego pela luz celestial. Ananias também comunicou-lhe a mensagem que havia recebido de Deus: "O Deus de nossos pais de antemão te escolheu para conheceres a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma voz da sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido" (Atos 22:14-15).
Mais tarde, quando Paulo voltava para Jerusalém, sobreveio-lhe um êxtase, e viu aquele que lhe falava e que lhe disse: "vai, porque eu te enviarei para longe aos gentios" (Atos 22:17,18,21). A Ananias, cujo temor bem podemos compreender, comissionado por Deus para dar as boas-vindas ao notório perseguidor da Igreja cristã, Deus também indicou a esfera de testemunho para a qual ele havia chamado Paulo: "Mas o Senhor lhe disse [a Ananias]: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto importa sofrer pelo meu nome" (Atos 9:15-16).
Paulo revelou outra faceta de seu chamado ao se defender perante Agripa: "Ouvi uma voz que me falava… Levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda; livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" (Atos 26:14-18).
Assim, desde os primeiros dias de sua vida cristã, Paulo não somente sabia que era um veículo escolhido por meio de quem Deus comunicaria sua revelação, mas tinha uma idéia geral do que Deus havia planejado para seu futuro: (a) Seu ministério o levaria para longe do lar; (b) Ele teria um ministério especial entre os gentios; (c) Esse ministério lhe traria grande sofrimento. Só aos poucos ele chegou a compreender que este chamado não era tanto um novo propósito de deus para sua vida, quanto a culminação do processo preparatório iniciado antes de seu nascimento.
Assim é hoje. O chamado do dirigente cristão não é tanto um novo propósito para sua vida quanto a descoberta do propósito para o qual Deus o trouxe ao mundo. O Senhor havia dito aos seus discípulos que os postos de liderança no seu Reino dependiam da soberana nomeação de seu Pai. "Quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda… é para aqueles a quem está preparado" (Marcos 10:40). Paulo reconhecia esta verdade, mas só aos poucos ele chegou a um claro entendimento do trabalho que Deus tinha para ele.
Só depois que os judeus rejeitaram de forma consistente sua mensagem é que Paulo se devotou quase que exclusivamente aos gentios. Sua experiência em Corinto chegou a uma fase decisiva. "Paulo se entregou totalmente à palavra, testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus. Opondo-se eles e blasfemando, sacudiu Paulo as vestes e disse-lhes. Sobre a vossa cabeça o vosso sangue! eu dele estou limpo, e desde agora vou para os gentios" (Atos 18:5-6).
Alguns anos após a sua conversão, este chamado inicial foi renovado e confirmado pela igreja de Antioquia onde ele havia trabalhado por um ano. "E, servindo ele [os dirigentes] ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13:2). De modo que o chamado geral se tornou específico, e eles alegremente partiram, "enviados pelo Espírito Santo". O primeiro passo no cumprimento da grande comissão do Senhor e o começo do importante empreendimento missionário de amplitude mundial havia sido realizado com segurança.
ii – as missões do apóstolo
paulo
Sabemos que o conceito teológico de Missões é tríplice: a igreja tem uma missão de adorar a Deus em espírito em verdade; tem uma incumbência de edificar a si própria; e tem a grande comissão de evangelizar o mundo. Como referencial de obreiro que Paulo foi, atuou nessas três obras. Entretanto, vamos delimitar a prática missiológica paulina somente às suas heróicas viagens missionárias.
O ambiente de trabalho missionário do apóstolo Paulo foi o Império Romano.
Inserir mapa do I R
Antes propriamente de entrarmos em suas viagens, é interessante ter em mente a cronologia da vida do Apóstolo aos gentios. Vejamos:
5 d.C. Nascimento em Tarso, da Cilícia
20-26 Estudos em Jerusalém
26-32 Estudos em Tarso
32-37 Conversão na estrada de Damasco, Atos 9
37-39 Viagem pela Arábia. Gl. 1
35-43 Prega em Tarso e noutros lugares da Cilícia, Atos 9 e Gálatas 1.
43-44 Prega com Barnabé em Antioquia, Atos 11
44-45 Viagem a Jerusalém, durante a fome, Atos 11
45-47 Primeira viagem missionária, Atos 13-14
47-49 Reside em Antioquia da Síria, Atos 11
49 Faz-se presente ao concílio de Jerusalém. Atos 15
49-51 Segunda viagem missionária, Atos 15-18
51-56 Terceira viagem missionária, Atos 18-21
56 Aprisionamento em Jerusalém, Atos 21
56-58 Paulo na Prisão em Cesaréia, Atos 23
58-59 Viagem a Roma, Atos 27
59-61 Confinamento em Roma, Atos 26
61-64 (?) Viagens à Espanha, Creta, Macedônia, Grécia, não mencionadas em Atos, embora indicadas em outros documentos como no cânon muratoriano e nas epístolas de Clemente. Algumas indicações destas viagens existem nas epístolas pastorais.
64-67 Execução em Roma, durante as perseguições movidas por Nero.
1. A Primeira Viagem Missionária

Em geral, Os Atos relatam três viagens missionárias de Paulo. Essa narrativa às vezes é mui detalhada, às vezes resumida demais. O principal é o seguinte: todas as três viagens começam e terminam na comunidade gentio-cristã de Antioquia e não na comunidade judeu-cristã de Jerusalém (as epístolas confirmam isso); geralmente Paulo dirigia-se primeiro a seus patrícios mas bem depressa era obrigado a procurar os pagãos.
a) Resumo e itinerário
Primeira viagem missionária: Barnabé e Paulo vão aos gentios, Atos 13:1-14:29. Missão a Chipre, 13:4-12. Missão à Galácia, 13:13-14:28. Missão de Pafos a Perge, 13:13. Missão a Antioquia da Psidia, 13:14-52. Missão a Icônio e Listra, 14:1-18. Missão a Icônio, 14:1-7, Missão a Listra, 14:8-18. Retorno a Antioquia da Síria, 14:19-28.
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b) A Missão da Primeira Viagem
Lucas conservou-nos uma preciosa notícia sobre a organização da comunidade de Antioquia e a liturgia (Atos 13: 1-3).
A primeira etapa da missão foi a ilha de Chipre, de onde Barnabé era originário. O que interessa a Lucas é o primeiro contato do apóstolo Paulo com um magistrado romano, Sérgio Paulo, senador, antigo pretor, muito conhecido por inscrições. Sua família vinha de Antioquia da Pisídia.
Na narração de Lucas, o nome Paulo toma dali em diante o lugar de Saulo: não se pode deduzir daí que Saulo tenha adotado o nome do seu ilustre convertido. Ter um duplo nome era então corrente nos meios bilíngües, como o da família de Paulo. Junto ao governador, Paulo teve de enfrentar um mágico de origem judaica, Elimas (At. 13,8). O sucesso das ciências ocultas era grande na época; o que pode surpreender é que um judeu as pratique. Segundo os Atos, Paulo terá outras ocasiões de se confrontar com mágicos. Na sua carta aos Gálatas, ele classifica as práticas de feitiçaria (pharmakeia) na categoria das obras da carne, próximas da idolatria (Gl. 5,20).
Nas suas cartas, Paulo não faz alusão à missão de Chipre, para onde ele não terá ocasião de voltar. Por que ele abandona a ilha sem a ter visitado toda? Paulo que toma a frente da expedição em direção à Anatólia através dos desfiladeiros do Tauro, covil de bandidos. Mais tarde Paulo fará alusão aos perigos corridos na estrada (2Cor 11,26). Primo de Barnabé, o jovem João Marco teve medo da aventura e abandonou o grupo. Paulo não o perdoou, a princípio.
a) O discurso de antioquia da pisídia
Quando Paulo chegava numa cidade qualquer, ele começava indo à sinagoga. Lá, ele podia entrar em contato com os judeus do lugar e os “ tementes a Deus ” , pagãos atraídos para o judaísmo (At 13,26). Como amostra da pregação de Paulo, Lucas nos conservou o discurso de Antioquia da Pisídia (At 13,14-41). Esta era uma colônia romana, fundada por Augusto para instalar aí os veteranos da legio V Gallica. O Sérgio Paulo que se instalou aí devia ser um dos oficiais superiores desta legião.
O discurso de Paulo não tem equivalentes nas Cartas, mas é fácil encontrar um certo número de temas pertencendo à apologética cristã primitiva. Ele se coloca no contexto litúrgico tradicional: depois da leitura de uma passagem da Lei e de uma outra, tirada da coletânea dos profetas, os chefes da sinagoga convidam os visitantes a pronunciar algumas palavras de exortação. Paulo não se fazia de rogado!
O texto de Lucas tem a marca da retórica da época. Do ponto de vista das idéias, o discurso contém uma retrospectiva da história de Israel até Davi.
Ainda que dirigido em prioridade aos judeus, o discurso continha uma ponta universalista: a palavra da salvação vale para os filhos de Abraão como para todos os que temem a Deus (v.26). Sobretudo, ele esboçava uma crítica contra a Lei de Moisés, incapaz de trazer a salvação (v.38). O sucesso junto aos não-judeus apenas aumentou a irritação dos filhos de Abraão. Para se justificar, Paulo declara: “ É a vós por primeiro que devia ser dirigida a palavra de Deus ”(v.46). Paulo será fiel a este por primeiro, como se vê pela declaração de princípio de Rm 1,16: “ O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, do judeu primeiro, e depois do grego”.
Para legitimar a sua passagem para as nações, Paulo cita então uma passagem dos cantos do Servo, que tem uma grande importância na apologética cristã primitiva: “Destinei-te a seres luz das nações, a fim de que a minha salvação esteja presente até a extremidade da terra” (Is 49.6). Este texto vale em primeiro lugar para Cristo, mas Paulo o aplicou a si mesmo, como mostra Gl 1.15. Assim, portanto, Paulo, servo de Cristo, descobre a sua missão ao reler a Escritura.
b) Pregação aos pagãos de Listra e retorno
Nas cidades que Paulo e Barnabé vão atravessar, o mesmo cenário se reproduz. Como Por exemplo em Icônio (At 14,1-7), a pátria de santa Tecla segundo os Atos de Paulo (acima, p.16s). Em 2Tm 3.13 também se fala dos sofrimentos suportados por Paulo em Antioquia, Icônio e Listra. Nesta última cidade, um incidente tragicômico manifesta bem a credulidade do povo e a dificuldade para os Apóstolos de fazerem-se compreender por uma população pouco helenizada. Uma cura provoca o entusiasmo e o povo logo quer oferecer um sacrifício, como se Barnabé e Paulo fossem Zeus e Hermes em visita.
No caminho de volta, os apóstolos confirmam os discípulos lembrando-os do sentido cristão da provação: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus” (At 14,22). Para dirigir as comunidades, Paulo e Barnabé designaram-lhe anciãos (presbyteroi). Este termo era tradicional nas comunidades judaicas para designar os responsáveis. Não surpreende que tenha sido retomado pelos judeu-cristãos: em Jerusalém, a primeira menção aparece já em At 11,30. Por outro lado, não o encontramos nas cartas de Paulo, exceto nas epístolas pastorais, redigidas provavelmente por um discípulo: os anciãos são instituídos por imposição das mãos (1Tm 5,22). Enquanto Paulo pudesse seguir por si mesmo a vida das congregações, a instituição dos ministérios podia permanecer na sombra. Isto não impede que Paulo tivesse a preocupação de apoiar aqueles que haviam aceitado tomar a direção das comunidades, como em Tessalônica ou em Corinto.
Tendo partido de Antioquia com o apoio dos fiéis, os missionários voltam para contar “tudo o que Deus realizara com eles, e, sobretudo como tinha aberto aos pagãos a porta da fé” (At 14,27). Atmosfera de alegria e de ação de graças, bem à maneira de Lucas! Mas os obstáculos foram todos afastados?
2. A segunda viagem missionária
a) Resumo e itinerário
Segunda viagem missionária: Paulo vai à Europa, 16:1-18:17: Galácia e A. Menor, 16:1-10. Timóteo e Paulo, 16:1-5 Missão a Trôade, 16:6-10. Trabalho na Macedônia, 16:11-17:15. Em Filipos, 16:11-50. Em Tessalônica, 17:1-9. Em Beréia, 17:10-15. Na Acaia, 17:16-18:17. Esta última fase inclui Atenas e Corinto.
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b) A missão da segunda viagem
Segunda viagem (49-52; At 15,36-18,22). P. não demorou muito em Antioquia, mas visitou com Silas as comunidades cristãs da Síria, da Cilicia, de Derbe, Listra e Antioquia da Pisídia. Em Listra conheceu Timóteo, que se tornou um dos colaboradores mais fiéis do apóstolo (15,35-16,5). Daí surgiu com Silas para a Frígia, a terra dos gálatas, onde foi detido por uma doença e recebido “como um anjo de Deus”, como o próprio Cristo (Gl 4,13-15).
Depois de atravessar a Míssil chegou em Tróade (16,6-8), onde se encontrou com um médico, Lucas, que se juntou à sua companhia. No mesmo lugar teve a visão noturna do Macedônia, clamando por socorro. Seguiu imediatamente para a Macedônia e via Neápolis para Filipos, onde foi fundada uma comunidade muito florescente, composta quase exclusivamente de gentios (16,11-40;1 Ts 2,2), que mostrou grande afeição para com P. (Flp 1,3-8.10-16). Os magistrados da cidade mandaram prender P. e Silas; mas, durante a noite, foram soltos por serem cidadãos romanos.
Pela Via Egnatia os missionários continuaram sua viagem, por Anfípolis e Apolônia, até Tessalônica. Aí P. pregou durante três semanas na sinagoga e converteu numerosos “tementes a Deus” e alguns judeus, teve também muitas conversas nas casas particulares (1 Ts 2,11s), sobretudo à noite, porque de dia exercia a sua profissão (2,7-10). Apesar da oposição de alguns (2,14), Paulo fundou uma comunidade florescente, composta sobretudo de gentio-cristãos.
De Tessalônica P. e Silas partiram para Beréia, onde numerosos judeus e gentios da elite foram conquistados para o cristianismo, até que P., pelas ameaças dos judeus, foi obrigado a abandonar a cidade. Deixou Silas e Timóteo em Beréia e viajou sozinho a Atenas (17,1-5); aí Timóteo se ajuntou a P., mas foi mandado de volta a Macedônia (1 Ts 3,1-6).
Em Atenas Paulo pregou na sinagoga e no mercado. Alguns ouvintes, entre os quais havia filósofos epicuristas e estóicos, pensaram que estivesse anunciado novos deuses; foi convidado para apresentar a sua doutrina no Areópago; aí Paulo pregou o Deus único. Mas, quando começou a falar sobre o juízo e a ressurreição, interromperam-no. Alguns gentios apenas deixaram se convencer Dâmaris e Dionísio.
O Apóstolo aos gentios entristeceu-se profundamente por esse fracasso (1 Ts 3,3s) e desanimou (cf. 1Cor 2,3). Nesse estado chegou a Corinto, com o firme propósito de renunciar doravante à eloqüência e sabedoria humanas, e de só conhecer e pregar o Cristo crucificado (1 Cor 2,2). Em Corinto esteve durante 18 meses hospedado com Áquilas e Priscila. Nos dias de semana exercia a sua profissão; nos sábados pregava na sinagoga. Quando Silas e Timóteo, porém, lhe trouxeram ajuda financeira dos filipenses (2 Cor 11,9; Fp 4,16), dedicou-se ele inteiramente à pregação. Converteu alguns judeus (18,8; 1 Cor 1,14) e muitos pagãos, principalmente das classes mais baixas, sem cultura (1 Cor 1,26).
Em Corinto, Paulo escreveu 1Tes e 2Tes. Invejosos do seu sucesso, os judeus o acusaram diante de Galião, provavelmente no princípio de seu consulado (meados de 52), como propagandista de um “religião ilícita”. Galião, porém, rejeitou a acusação dos judeus. Em Corinto o apóstolo embarcou-se para a Síria, junto com Áquilas e Priscila. Deixou seus companheiros em Éfeso, aterrou em Cesaréia, visitou talvez Jerusalém, e voltou para Antioquia (At 18,18-22).
3. A terceira viagem missionária
a Resumo e itinerário
Terceira viagem missionária: Paulo vai à Ásia Menor, 18:18-19:41. Viagem de confirmação das igrejas, 18:18-23, Apolo, 18:24-28. Paulo em Éfeso, 19:1-41. Retorno à A. Menor, 19:1=12. Paulo e os exorcistas, 19:13-20. Planos de Paulo sobre o futuro, 19:21-22. O levante em Éfeso, 19:23-41.
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b) A missão da terceira viagem
Terceira viagem (53-58; At 18,23-21,14). Pouco depois partiu novamente para a Galácia (cf. Gl 4,13), onde reinavam a piedade e a paz nas comunidades cristãs (1,6; 5,7), atravessou a Frígia, as montanhas do centro da Ásia Menor e o vale do Meandro, e chegou a Éfeso (At 18,23; 19,1.8.10; 20,31). Aí Priscila e Áquilas já haviam completado a instrução cristã de Apolo, judeu alexandrino douto e eloqüente que com zelo e sucesso pregara o cristianismo na sinagoga, e já partira para Corinto (18,24-28; 19,1).
Em Éfeso Paulo conheceu também uma dúzia de discípulos de João Batista, que ele ganhou para o cristianismo (19,2-7), e pregou durante três meses na sinagoga. Como a maior parte dos judeus continuava incrédula, dirigiu-se aos pagãos, pregando no auditório de um tal de Tirano, provavelmente um retor grego.
Lucas narra detalhadamente alguns episódios das atividades de P. em Éfeso; curas e expulsão de demônios, a destruição de um grande número de livros de magia (19,11-19) e o tumulto que, depois de três anos, ocasionou o fim da estadia de P. naquela cidade (19,23-20,1). At 19,20.26 refere-se em termos vagos à propagação do cristianismo “por toda a Ásia”. De fato, abrira-se para P. em Éfeso “uma porta larga e poderosa” (1Cor 16,9); quem a abriu foi ele mesmo e os seus colaboradores (Timóteo, Tito, Erasto, Gaio, Aristarco e Epafras: At 19,22,29; 2Cor 12,18; Cl 1,7); e fundaram-se comunidades cristãs em Colossos, Laodicéia, Hierápolis (Cl 1,7; 2.1; 4,12s), Tróade (At 20,5-12; 2Cor 2.12) e mui provavelmente também em Esmirna, Tiatira, Sardes e Filadélfia (Ap 1:11).
Em éfeso Paulo sofreu muitas e duras provações: perseguições da parte dos judeus (20:19; cf. 21:27), uma determinada tribulação que “acima de suas forças” o oprimiu, a ponto de ele “perder a esperança de conservar a vida” (2Cor 1:8), uma doença ou perigo mortal (cf. 2Cor 1:9s; 11:23), uma luta contra as feras (1Cor 15:32), seja em sentido literal, seja em sentido metafórico, de uma luta contra homens maus e violentos; afinal, em Rm 16:4 Paulo fala num perigo mortal, do qual foi salvo por Priscila e Áquilas; esse acontecimento desconhecido deve-se localizar provavelmente em Éfeso.
Além disso Paulo andava muito preocupado com algumas comunidades cristãs. Os gálatas quase deixaram afastar-se dele pelos judaizantes; escreveu-lhes Gálatas. Na comunidade de Corinto infiltraram-se graves abusos morais. Paulo reagiu numa carta que se perdeu (1Cor 5:9), e mandou Timóteo e Erasto a Corinto (At 19:22; 1Cor 4:17).
Depois, vieram de Corinto alguns cristãos com uma carta da comunidade, na qual se propunham a P. diversas perguntas. A essa carta P. respondeu com 1 Cor, provavelmente em 55. Entretanto, chegaram a Corinto alguns judeu-cristãos que minaram a autoridade de Paulo. Esse resolveu então ir pessoalmente a Corinto (2Cor 2:1; 12:14; 13:1s). Esta “visita intermediária” efetuou-se em tristeza, pois Paulo não conseguiu quebrar a desconfiança dos coríntios, e foi até ofendido por um cristão (2Cor 2:1.5; 7:12; cf. 12:21).
Demorou pouco, e voltou a Éfeso, de onde dirigiu “com muitas lágrimas” uma terceira carta aos coríntios (2Cor 2:4,9; 7:8,12). Tito foi portador dessa carta, que não foi guardada. Nela Paulo exigia desagravo e a submissão da comunidade (2Cor 2:9).
Enquanto aguardava o resultado da carta e da missão de Tito, Paulo foi obrigado a deixar Éfeso. Viajou para Tróade (20:1; 2Cor 2:13), onde esperava encontrar-se com Tito. Quando esse demorava, embarcou para Macedônia. Aí encontrou-se com Tito (provavelmente em Filipos) e ouviu, com muita alegria, que os coríntios se submetiam.
Da Macedônia escreveu-lhes 2Cor (em 57). Depois de uma visita às comunidades da Macedônia e, talvez, depois de uma viagem pela Ilíria (Rm 15:19), Paulo cumpriu a promessa já antiga de visitar Corinto (1Cor 16:5), onde ficou três meses (At 20:3). Em Corinto P. escreveu Rm (fins de 57 ou princípios de 58), para preparar uma visita há muito planejada (At 29:21).
Para terminar essa viagem, Paulo queria viajar por mar a Síria, junto com os representantes das comunidades que haviam arrecadado dinheiro para os cristãos, mas, por causa de um atentado contra a sua vida, tramado pelos judeus, viajou por terra. Em Filipos, Lucas ajuntou-se a ele; em Tróade esperavam-no os companheiros de viagem. Em Tróade tomaram o navio para Mileto, onde P. mandou chamar os anciãos de Éfeso, para se despedir; pressentia que nunca mais os veria (20:1-38). Depois navegaram até Tiro, onde profetas tentaram convencer P. que não fosse a Jerusalém. P., porém, continuou sua viagem até Ptolemaide e daí por terra até Cesaréia, onde durante vários dias foi hóspede de Filipe, um dos Sete (At 6:5). Um profeta da Judéia, Ágabo, predisse que em Jerusalém esperavam-no algemas e prisão, mas P. não se deixou reter (21:1-16).
iii – as prisões do apóstolo paulo
5. O Resumo dos últimos capítulos de “Atos dos Apóstolos”
· Visita final de Paulo à Macedônia e à Acaia, 20:1-4.
· Paulo vai a Jerusalém, 20:1-6. De Filipos a Mileto, 20:5-16. Defesa de Paulo ante os anciãos de Éfeso, 20:17-38. De Mileto ante a Cesaréia, 27:1-14. Paulo com a igreja em Jerusalém, 21:15-26.
·Paulo, prisioneiro em Roma, 21:27-28:31.
a. Detenção e defesa, 21:27-22:29.
b. Perante o sinédrio, 22:30-23:11.
c. Transferência para Cesaréia, 23:12-35.
d. Em Cesaréia, 24:1-26:32. Paulo e Félix, 24:1-27. Paulo e Festo, 25:1-27. Defesa de Paulo perante Agripa, 26:1-32.
e. Viagem a Roma, 27:1-28:16.
f. Paulo em Roma, 28:17-31.
6. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23)
a) O objetivo da viagem a Jerusalém (21:1-16)
Entregar a oferta proveniente das igrejas gentílicas para os crentes pobres de Jerusalém. Foi uma grande oferta. Paulo levou um ano a arrecadá-la, 2 Co 8:10. Todavia, foi avisado muitas vezes, ao passar pelas cidades da Ásia, que essa viagem resultaria em prisão, 20:23. Em Tiro, 21:4, e em Cesaréia, 21:11, o aviso foi repetido com ênfase especial. De cada vez é o Espírito quem adverte. Até Lucas fez coro na rogativa, 21:12; Mas estava arraigado, definitivamente, no espírito de Paulo que aquela era a vontade de Deus, mesmo que significasse sua morte, 13:14. Por que esses avisos da parte de Deus? Podia dar-se o caso de Paulo estar enganado e de Deus estar procurando fazê-lo ciente disso? Ou seria que Deus o estava provando? Ou o preparando? De qualquer modo, Paulo estava determinado a fazer a viagem. Uma coisa é que ele a prometera anos antes, Gl 2:10. Considerava aquilo o meio mais prático de demonstrar a unidade da igreja. Levara sua vida a ensinar aos gentios de que podiam ser cristãos sem se tornarem prosélitos dos judeus, razão por que muitos dos seus irmãos judeus o odiavam rancorosamente. Agora, desejava coroar esse trabalho com uma demonstração genuína e proveitosa de fraternidade cristã da parte dos seus convertidos gentios, como último e duradouro sinal de amor fraternal entre judeus e gentios. Vista sob este aspecto, esta visita de Paulo a Jerusalém é um dos eventos históricos mais importantes do N.T. Possivelmente, também, ele nunca podia esquecer a agonia dos crentes judeus, homens e mulheres, quando os lançava em prisão, anos antes, At 8:3, e estava há muito tempo resolvido, tanto quanto estivesse em suas forças, a compensar a Igreja Judaica pelos sofrimentos pelos quais a fizera passar.
b) Paulo em Jerusalém
Chegou ali mais ou menos em junho, 59 d.C., 20:16. Foi a quinta visita que se registra, depois da sua conversão. No decurso deste período, tinha ganho vastas multidões de gentios para a fé cristã, e por causa disto era odiado pelos judeus descrentes.
Depois de ter passado quase uma semana em Jerusalém, cumprindo seus votos no Templo, certos judeus o reconheceram. Começaram a gritar, e dentro de um instante, a turba estava por cima de Paulo como uma matilha de cães. Os soldados romanos apareceram em cena em tempo para salvá-lo de ser morto às pancadas.
Na escada do castelo romano, o mesmo onde Pilatos condenara Jesus à morte 28 anos antes dele, Paulo, com permissão do comandante, fez um discurso à turba, contanto como Cristo lhe aparecera no caminho para Damasco. Escutaram até que mencionou a palavra “gentios”, e então a turba se enfureceu contra ele.
No dia seguinte, os oficiais romanos trouxeram Paulo perante o Sinédrio, para descobrir o que os judeus tinham contra ele. Foi o mesmo concílio que entregou Cristo para ser crucificado; o mesmo Concílio do qual Paulo fora membro; o mesmo Concílio que apedrejara Estêvão, e que repetidos esforços fizera para esmagar a Igreja. Paulo correu perigo de ser espedaçado ali, e os soldados o retiraram dali, levando-o de volta ao castelo.
Na noite seguinte, lá no castelo, o Senhor Se revelou a Paulo, assegurando-lhe que protegeria seu caminho até Roma, 1:13. Em Éfeso, foi combinado que Paulo iria a Roma depois desta visita a Jerusalém, 19:21, mas depois, Paulo nem teria certeza de sair vivo de Jerusalém, Rm 15:31,32. Mas agora, Paulo estava com absoluta certeza, pois o próprio Deus prometera que faria a viagem.
No dia seguinte, os judeus enredaram outra cilada contra Paulo. Fervia a fúria popular. Tornou-se necessário preparar uma escolha excepcional, de 70 cavaleiros, 200 soldados, e 200 lanceiros para tirar Paulo de Jerusalém, e mesmo assim, na escuridão da noite.
7. A Prisão de Paulo em Cesaréia (Atos 24, 25 e 26)
Essa prisão ocorreu no verão de 59 ao outono de 61 d.C.
Cesaréia fora o lugar onde 20 anos antes Pedro recebera na igreja o primeiro gentio, Cornélio, oficial do exército romano. Possivelmente, foi esta a razão pela qual Félix conhecia alguma coisa a respeito do “caminho”, 24:22.
Lucas esteve com Paulo em Cesaréia. Pensa-se que foi por esse tempo que ele escreveu seu Evangelho. Esta é a única visita de Lucas a Jerusalém de que se tem notícia. Sem dúvida, aproveitou oportunidades de visitar Jerusalém muitas vezes, talvez também a Galiléia, para conversar com todos os apóstolos e primeiros companheiros de Jesus que pôde encontrar. Maria, mãe de Jesus, podia ainda estar viva, de cujos lábios ele pode ter ouvido, diretamente, a história com que inicia o seu Evangelho.
Israel moderno, cônscio da sua história como nação, toma grande cuidado dos monumentos históricos antigos, e há alguns anos Cesaréia recebeu a atenção dos arqueólogos. As obras do porto antigo têm sido examinadas por escafandristas, que obtiveram informações interessantes. O teatro está sendo escavado, e um achado surpreendente tem sido uma inscrição fragmentária com o nome de Pôncio Pilatos. A cidade era seu quartel-general como Procurador romano, e cenário de um debate famoso entre ele e uma deputação de judeus de Jerusalém. Obstinado e arrogante, Pilatos tinha pendurado escudos votivos no palácio de Herodes, consagrado ao Imperador. Os judeus, enviando representantes ao Imperador Tibério, venceram na sua objeção contra símbolos pagãos na Cidade Santa, e Pilatos tinha que levar ao santuário de Roma, em Cesaréia, estes símbolos de sua lealdade desajeitada ao Império.
a) Paulo perante Félix, 24:1-27. As acusações, v. 5: era “uma peste”, acusação muito vaga; “promotor de sedições entre os judeus”, absolutamente falso, porque Paulo invariavelmente ensinava obediência ao governo; “tentara profanar o templo”, v. 6, levando lá Trófimo, 21:29, o que não fez; “principal agitador dos nazarenos”, o que ele reconheceu e que não era contra nenhuma lei, judaica ou romana. Paulo nunca deixou de mencionar a ressurreição, v. 15.
Félix casara-se com uma judia, estava familiarizado com as praxes judaicas e conhecia algo a respeito de Cristo. Estava profundamente impressionado e mandou chamar Paulo para que lhe explicasse mais o Evangelho, com o que ficou aterrorizado. Sua cupidez, porém, v. 26, impediu que ele aceitasse Cristo ou soltasse Paulo.
Festo foi nomeado sucessor de Félix em 60 d.C. Foi no intervalo entre a partida de Félix e a chegada de Festo que as autoridades de Jerusalém se aproveitaram da ausência de um oficial romano do executivo e assassinaram Tiago, irmão de Jesus.
b) Paulo perante Festo, 25:1-12. Os judeus ainda armavam emboscada a Paulo, v. 3, porque parece que tinham pouca esperança de convencer um governador romano de ter Paulo feito alguma coisa digna de morte. Sendo acusado perante Festo e vendo que este se propunha a agradar aos judeus, e que não havia esperança de que lhe fizessem justiça. Paulo anunciou, ousadamente, a Festo, que estava pronto a morrer se merecesse a morte, e apelou para César o que como cidadão romano tinha o direito de fazer. Diante disto, Festo nada pôde fazer senão anuir à apelação. Naquele tempo o César era Nero, bruto e desumano. Paulo, porém, sabia que, se deixasse o seu caso com Festo, seria devolvido ao sinédrio judaico, o que significaria condenação certa. Sendo assim, escolheu Nero. Além disso, queria ir a Roma.
c) Paulo perante Agripa, 25:13-26:32. O discurso de Paulo perante Agripa e o outro em Atenas são, geralmente, considerados dois dos mais soberbos exemplos de oratória da literatura. São ambos muito breves, simples resumo do que ele deve ter dito, porque é dificilmente crível que, num e noutro caso, ele falasse menos de uma hora.
Esse Agripa era Herodes Agripa II, filho de Herodes Agripa I, que, 16 anos antes, matara Tiago, o irmão de João, 12:2; era neto de Herodes Antipas que matara João Batista e escarnecera Jesus, e bisneto de Herodes, o Grande, que trucidara os meninos de Belém, ao tempo de nascimento de Cristo. Sua capital era Cesaréia de Filipe, próxima do cenário da transfiguração de Jesus, 30 anos antes.
Berenice era sua irmã, vivendo com ele como esposa. Fora casada com dois reis, voltara para ser esposa do próprio irmãos, e mais tarde veio a ser amante de Vespasiano e Tito. Imagine-se Paulo a defender-se diante de um par de pessoas desse quilate.
Agripa, cuja família estivera tão intimamente relacionada com toda a história de Cristo, naturalmente estava curioso por ouvir um homem do calibre de Paulo, que tanta excitação causara entre as nações a respeito de uma Pessoa que sua própria família houvera condenado.
A única discordância que Festo pôde ver entre Paulo e seus acusadores era que aquele pensava ainda estar vivo Jesus, ao passo que os acusadores O julgavam morto, 25:19.
A grande pompa, v. 23, que Festo arranjou para a ocasião era testemunho da personalidade dominante de Paulo, porque certamente um preso comum não provocaria tal exibição de esplendor real.
Notar a cortesia uniforme de Paulo, do princípio ao fim, se bem que conhecesse o caráter dissoluto do rei.
Notar, outrossim, que ele reconheceu ser a ressurreição de Jesus a única causa da questão. (H. H. Halley).
d) Previdência Divina. A história revela que a maldade humana é controlada pela soberania divina. Os judeus desejavam que Paulo fosse transferido de Cesaréia para Jerusalém. Tivesse Festo atendido às exigências deles, talvez o Novo Testamento não contasse com Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. (Sanders). Além disso, estava a salvo de todos os judeus.
Chegou a ser manifesto a todos (Filipenses 1:12, 13). Teve oportunidade para testificar aos soldados que o guardavam. Foi visitado por amigos das diferentes igrejas (Filipenses 2:25; 4:10).
8.A prisão de Paulo em Roma
Roma era chamada de “Cidade rainha da terra”. O Grande centro de interesse histórico. Durante dois milênios (2.º séculos a.C. ao 18.º d.C.) foi a potência dominadora do mundo. É ainda chamada “Cidade Eterna”. A população, na época de Paulo, era de 1 milhão e meio de seres humanos, metade de escravos. Capital de um império que se estendia 4.800 km de leste a oeste, 3.200 km de norte a sul. A população total do Império era de 120 milhões de almas. Por apelar a César, o Apóstolo aos gentios teve que ir para Roma.
a) A viagem de Paulo a Roma (At 27:1-28:15)
Essa viagem começou no outono de 61 d.C. e terminou na primavera de 62 d.C.
Foi feita em três navios: Um de Cesaréia a Mirra; outro de Mirra a Malta; o terceiro de Malta a Potéoli.
“O jejum”, v. 9, foi dia da expiação, mais ou menos no meado de setembro. Daquele tempo ao meado de novembro a navegação no Mediterrâneo era perigosa. Do meado de novembro ao primeiro de março esteve suspensa.
Pouco depois de ter deixado Mirra, caíram em ventos contrários, e depois de se abrigarem um pouco em Bons Portos, se arriscaram outra vez, e foram acometidos por um tufão que os levou longe da sua rota; depois de muitos dias, não havendo mais esperança, Deus, que dois anos antes, em Jerusalém, prometera a Paulo que o levaria a Roma, 23:11, mais uma vez aparece a Paulo para lhe assegurar que Sua promessa seria cumprida, 27:24. E foi. (H.H. Halley).
Paulo foi levado a Roma com mais uns presos. Foi confiado a um centurião e alguns soldados da corte imperial. Aristarco e Lucas o acompanharam. Embarcaram, navegaram ao longo da costa de Creta, de onde uma tempestade veemente de vários dias os levou para a costa de Malta. O navio encalhou num escolho e os náufragos passaram o inverno na ilha. Depois navegaram via Sicília até Potéoli, onde P. e seus companheiros durante oito dias foram hóspedes da comunidade cristã. Pela Via Ápia chegaram a Roma (Dicionário).
b) Paulo em Roma
A primeira coisa que Paulo fez ao chegar a Roma foi convocar os líderes judeus para poder justificar-se das acusações contra ele, e para obter uma audiência amigável. É este o último registro de sua tentativa da ganhar os judeus. Observemos o resultado da sua pregação (28:24-28; compare com Mateus 13:13-15; João 12:40; Mateus 21:43).
Paulo passou dois anos ali, no mínimo, 28:30. Apesar de ser prisioneiro, tinha licença de morar numa casa própria alugada, com seu guarda, 28:16. Tinha licença de receber visitas, e de ensinar sobre Cristo. Já havia um bom número de cristãos ali (ver as saudações que enviou três anos antes, Rm 16). Os dois anos que Paulo passou ali foram muito frutíferos, atingindo o próprio Palácio, Fp 1:13; 4:22. Enquanto estava em Roma, escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom e possivelmente, Hebreus.
c) O consolo de Paulo em Roma
Em Roma P. obteve licença de, embora guardado sempre por um soldado, morar em casa própria, junto com os companheiros de viagem, e podia receber livremente qualquer pessoa (Cl 4,10). Logo apareceram diversos de seus colaboradores, bem como representantes da maioria das comunidades cristãs: Timóteo (Cl 1,1), Marcos (4,10), Epafras de Colossos (1,6s), Tíquico da Ásia Menos (provavelmente Éfeso; 4,7) Demas Justo (Cl 4,11), Lucas (4,14), Marcos (Fm 24), Onésimo (Fm; Cl 4,9). Dois deles, Aristarco e Épafras (At 27,1; Cl 4,10; Fm 23), compartilharam voluntariamente sua prisão. P. aproveitou-se de sua relativa liberdade para pregar o evangelho: primeiro, novamente, aos judeus (At 28,17-28), mas também aos soldados que o guardavam e a outros romanos (Fp. 1,12s). Em Roma P. escreveu as chamadas “Epístolas do cativeiro” (Ef, Cl, Flp, Fm). Nas duas últimas transparece a sua esperança de ser libertado em breve (Fm 22; Flp 1,26; 2,24). At 28,30 parece sugerir a mesma coisa, pois Lucas, embora comunique que P. morou dois anos naquela casa, não diz nada sobre o resultado do processo.
d) Especulações sobre os últimos dias de Paulo
Os últimos anos de Paulo só conhecemos (fazendo-se abstração das informações de Clemente romano) por uma combinação de dados avulsos das epístolas pastorais. Alguns opinam que o apóstolo foi executado durante a perseguição de Nero, em 64.
Conforme os outros Paulo teria visitado a Espanha (Rm 15,24.28) e ainda teria trabalhado em Creta (Ti 1,5), Éfeso (1Tim 1,3), de onde visitou talvez Colossos (Fm 22), Hierápolis, Laodicéia e Mileto (2 Tim4,20), e na Macedônia. Em Nicópolis, no Epiro (Tt 3,12), teria escrito Ti e 1Tim.
Alguns pensam que P. penetrou até na Ilíria (2Tim 4,10), voltando depois por Tróade (2 Tim 4,13) para Éfeso (1 Tim 3,14). Em todo caso, 2 Tim supõe que P. foi preso novamente, e está em Roma (2 Tim 1,8. 16s; 2,9), onde só Lucas ficou com ele (4,10s).
Paulo queixa-se de que na sua primeira defesa os cristãos da Ásia Menor o abandonaram (1,15). Não há nenhum indício de contato com o apóstolo Pedro. Paulo menciona, entretanto, o apoio de alguns discípulos fiéis: Onésimo, Tito, Crescente, Tíquico, que havia mandado respectivamente à Dalmácia, à Galácia (ou à Gália?) e a Éfeso (4,10.12), e prepara-se para o martírio (4,7s).
e) A execução de Paulo
Deduz-se da tradição e de algumas referências, que Paulo foi posto em liberdade por mais ou menos 2 anos (veja Filipenses 1:24-26;2:24; Filemom 24; 2 Timóteo 4:17). Nesse período de liberdade provavelmente escreveu as epístolas a Timóteo e a Tito.
Acredita-se que depois desses dois anos, Paulo foi novamente preso e finalmente executado durante a perseguição que Nero promoveu contra os cristãos.
Diz-se a tradição que, como resultado de haver apelado para César, após dois julgamentos no ano 68 d.C., Paulo foi executado, fora da cidade.
Relata-se que Nero saiu de viagem enquanto Paulo estava em Roma. Entretanto, uma de suas concubinas foi ganha para o Senhor por intermédio do apóstolo. Quando Nero voltou para casa, ela havia juntado a um grupo cristão, abandonando o imperador. Nero ficou tão furioso que descarregou sua ira sobre Paulo, que foi levado para a Via Óstia onde o executaram.
conclusão
A maneira pela qual Paulo usou seus infortúnios deveria estimular os que estão “presos” em virtude de má saúde ou de outros motivos, a serem engenhosos na busca de meios pelos quais possam usar as circunstâncias limitadoras com vantagem. Paulo está agora prestes a passar a tocha ao jovem Timóteo. “Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas”, escreve ele; “suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia” (2 Timóteo 4;5-8).
Visto que o seu próprio ministério chegava ao fim, Paulo exortava Timóteo a cumprir cabalmente o dele, a qualquer custo. A palavra grega “partida” é a mesma usada com referência a soltar as amarras de um navio. O apóstolo estava zarpando da praia celestial, porém fazia-o com um senso de “missão cumprida”. Que modelo para Timóteo – e para nós também! A tocha está agora em nossas mãos!

bibliografia

BRITO, Robson J. Apostila. O que a igreja atual deve aprender com Atos dos Apóstolos. Edição Própria. Maringá-PR, 1996.

COTHENET, Édouard. Petie vie de Saint Paul. Desclée de Brower, Paris, 1995.

HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. Edições Vida Nova, 24.ª edição, São Paulo, 1970.

HORTON, Stanley M. El libro de los Hechos. Editorial Vida, 2.ª edição, Miami-FL, 1987.

PEARLMAN, Myer. Atos: E as igreja se fez missões. CPAD, 1ª edição, Rio de Janeiro, 1995.

SANDERS, J. Oswald. Paulo, o líder. Editora Vida, 2.ª edição, São Paulo, 1988.

TEMA: SETE PASSOS PARA VENCER A CRISE FINANCEITA

TEMA: SETE PASSOS PARA VENCER A CRISE FINANCEITA
TEXTO 2 Reis 4:1-7
INTRODUÇÃO
MEUS, QUERIDOS, TODOS NOS PASSAMOS POR MOMENTOS DIVICIOS MAIS TEMOS SEMPRE DE ESTÁ CONFIANDO EM DEUS.
I) Não aceite a crise como “um beco sem saída”. (2 Reis 4:1)
1. Não existe beco sem saída para os filhos de Deus.
2. O otimista nunca diz: “Não tem jeito!”
3. O otimista consegue enxergar aquilo que os outros não percebem.
“Sempre haverá uma saída em Deus”.
II) Não aceite um acordo para perder aquilo que você tem de mais precioso. Ela tinha “os filhos” que serviria como pagamento das dividas. Eles seriam levados como escravos.
Dependendo dos acordos que fazemos, vencemos as dividas, ou por elas somos vencidos.
1. Há pessoas que fazem acordo, mas sacrificam aquilo que é inegociável.
a. Sacrificam os Filhos, esposa, o casamento, a família.
b. Sacrificam a saúde.
c. Sacrificam sua Honestidade, sua integridade.
d. Sacrificam sua comunhão com Deus.
III) Busque orientação, conselho, direção financeira.
“...clamou a Eliseu, dizendo:...” (2 Reis 4:1)
1. As grandes empresas pagam muito dinheiro por uma orientação sábia de um consultor financeiro.
“Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança” (Pv 11:14).
“O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio”. (Pv 12:15)
“ Quando não há conselhos os planos se dispersam, mas havendo muitos conselheiros eles se firmam”. (Pv 15:22)
“Com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros”. (Pv 24:6)
IV) Siga a instrução recebida. (2 Reis 4:5,6)
Muitas pessoas morrem porque não seguem a instrução recebida do médico.
1. Ela acreditou na idoneidade do conselheiro.
2. Ela colocou em prática aquilo que ouviu.
3. Ela seguiu a instrução completa, não mudou nada.



V) Não a milagre financeiro sem trabalho. (2 Reis 4:3,4)
Acredite em milagre não em mágica.
Pedir vasilhas.
Carregar vasilhas.
Encher as vasilhas.
Sem trabalho não há vitória sobre a crise financeira.
Um problema chamado preguiça.
“A preguiça faz cair em profundo sono, e a alma indolente padecerá fome”. (Pv 19:15)
“Está atenta ao andamento da casa, e não come o pão da preguiça”. (PV 31:27)
“...se alguém não quiser trabalhar, não coma também”. (2 Ts 3:10)
“O preguiçoso inventa as desculpas mais esfarrapadas para não trabalhar”. (Pv 22:13)
VI) Não use desculpas ilógicas para não pagar a divida.
1. Quem deve não foge das dividas.
2. Quem deve respeita o credor. A viúva não tirou razão do credor desrespeitando-o.
3. Quem deve busca uma forma de resolver seu problema.
VII) O tripé do sucesso financeiro.
Comprar. (O que tens em casa? Algo que ela tinha comprado.) Primeiro, você precisa saber comprar. No mundo inteiro as pessoas sabem o que é desconto. Quem sabe comprar, é um bom administrador.
Vender. (O pouco foi multiplicado, agora ela precisava negociar bem!) Tudo na vida depende da nossa capacidade de negociação. Ex., recebeu um oferta de 100 reais e com ela fez chocolate e vendeu durante 6 meses, o tempo que demorou para Deus abrir uma porta de trabalho para ele e sua esposa.) Um dos principais segredos do sucesso financeiro está no saber negociar.
Pagar. (Leve a sério os compromissos assumidos.) Deus não pode abençoar:
a. Pessoas desonestas, (Ef 4:28).
b. Pessoas descontroladas, (Gl 5:23)
c. Pessoas irresponsáveis, (Mt 25:18, 26-29).
Conclusão:
A sua vida amanhã, depende de como você administra suas finanças hoje.
“Vivei do resto...” (1 Reis 4:7)

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